A China anunciou a prisão de Ling Jihua, um dos mais próximos colaboradores do antigo Presidente Hu Jintao, por suspeita de corrupção e de outros "graves crimes".
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Ex-diretor da secretaria geral do Comité Central do Partido Comunista Chinês (PCC), Ling Jihua, 59 anos, foi também expulso do partido e afastado dos cargos que ocupava, disse a agência noticiosa oficial Xinhua, na segunda-feira à noite, citando uma resolução do Politburo do PCC.
Ling Jihua "aproveitou-se dos cargos para obter lucros para outras pessoas e aceitou enormes subornos, pessoalmente a através da sua família", afirmou a liderança chinesa.
O antigo líder foi igualmente acusado de "adultério com várias mulheres" e de "trocar o seu poder por sexo", num comportamento que "minou gravemente a imagem do Partido" e teve "uma influência social extremamente má".
As autoridades judiciais "abriram um inquérito à suspeita corrupção de Ling (Jihua) e decidiram prendê-lo de acordo com a lei", anunciou a Xinhua, citando a Suprema Procuradoria Popular.
O anuncio ocorre sete meses depois de a Comissão Central de Controlo e Disciplina do PCC ter revelado que Ling Jihua estava a ser "investigado por grave violação da disciplina", expressão habitualmente para os casos de corrupção e abuso do poder.
Mas a queda de Ling começou muito antes, em março de 2012, quando o filho morreu ao volante de um Ferrari numa circular de Pequim.
Figura proeminente da elite comunista, trabalhando diretamente com o então secretério geral do PCC e Presidente da Republica, Ling terá tentado encobrir o acidente, que matou o filho e feriu gravemente as duas jovens que o acompanhavam, uma das quais acabaria por falecer.
Segundo uma investigação publicada no verão daquele ano pelo jornal "South China Morning Post", Ling tentou comprar o silêncio das famílias das outras vítimas, recorrendo a fundos desviados de grandes empresas estatais, e durante meses, não mostrou qualquer sinal de luto e manteve a sua rotina de trabalho.
Ainda antes do XVIII Congresso, que em novembro de 2012 consagraria a ascensão ao poder de uma nova liderança, encabeçada pelo vice-presidente Xi Jinping, Ling foi afastado da secretaria geral do Comité Central e despromovido.
Já na era Xi Jinping, assumiu o cargo de vice-presidente da Conferência Política Consultiva do Povo Chinês, um órgão política e socialmente prestigiado, mas sem poder executivo.
Confirmando a perda de influência de Ling Jihua, em 2014, dois dos seus irmãos - Ling Zhengce e Ling Wancheng - foram presos por corrupção.
Dezenas de quadros com a categoria de vice-ministro ou superior, entre os quais o ex-chefe da Segurança, foram presos e condenados nos últimos dois anos e meio por corrupção, na mais drástica e persistente campanha do género de que há memória na Republica Popular da China.