<p>EUA pede maior empenho militar no território, mas a França já afirmou que não vai enviar mais tropas.</p>
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A incógnita sobre quem vai ser o próximo secretário-geral, a intervenção no Afeganistão e as relações com a Rússia são os temas estruturantes da cimeira dos 60 anos da OTAN, que se realiza até este sábado em França e na Alemanha.
Este encontro de dois dias dos 28 países aliados representa o lançamento do novo conceito estratégico da Aliança Atlântica, que definirá a acção da organização para os próximos anos e que será apresentado no final de 2010 ou no início de 2011, em Lisboa. O último documento foi apresentado há 10 anos, durante a cimeira dos 50 anos de constituição da OTAN.
Na cimeira de chefes de Estado e de Governo - que se divide por Estrasburgo (França), Kehl e Baden-Baden (na Alemanha) -, Portugal fez-se representar pelo primeiro-ministro, José Sócrates, e pelos ministros da Defesa e dos Negócios Estrangeiros, respectivamente, Nuno Severiano Teixeira e Luís Amado. A comitiva portuguesa chegou com um atraso de cerca de 40 minutos, devido a uma "anomalia técnica" no Falcon que a deveria transportar do aeroporto de Faro a Estrasburgo.
Um dos principais temas em destaque nesta cimeira é a eleição do próximo secretário-geral, uma vez que o mandato do holandês Jaap de Hoop Scheffer termina em Julho. O primeiro-ministro dinamarquês, Anders Fogh Rasmussen, foi o único a oficializar a candidatura, que mereceu a oposição imediata da Turquia. A escolha do novo líder exige a unanimidade dos 28 países-membros.
A situação no Afeganistão estará também em análise. Nos últimos meses, a administração norte-americana tem solicitado um maior empenho militar da OTAN e das organizações internacionais na reconstrução política e económica do Afeganistão, lançando diversos "avisos".
O ministro da Defesa português defendeu, ontem, que a OTAN deve ter "espírito aberto" sobre a evolução da situação no Afeganistão e mostrar "abertura" em relação a eventuais reforços de tropas naquele território. Mas Nicolas Sarkozy afirmou já que a França não vai enviar mais tropas.
Severiano Teixeira referiu também ser importante o "reforço das relações transatlânticas", devido à "abertura ao diálogo que a nova administração norte-americana tem mostrado".
A normalização das relações com a Rússia, que estiveram interrompidas desde a guerra na Geórgia até Agosto de 2008, estará no topo da agenda da reunião da Comissão permanente da Assembleia Parlamentar da OTAN, que se realiza entre hoje e segunda-feira em Vilnius (Lituânia).
* com Agências