Apesar de pequenos incidentes no sul do país, as eleições no Afeganistão estão a decorrer com normalidade, apesar do clima de insegurança que antecedeu o ato eleitoral.
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Cerca de 200 mil militares foram mobilizados em todo o país para garantir que os 12 milhões de inscritos possam exercer o seu voto em segurança, uma vez que os talibãs prometeram desestabilizar as eleições.
Desde o início do ano que se têm sucedido os ataques contra interesses ocidentais atribuídos a esta organização e no último mês foram mortos três jornalistas, a última das quais ontem (ler caixa).
Ao jornal "El País", Jan Kubis, representante da ONU, disse que estas eleições "foram mais bem preparadas que as duas anteriores".
Hamid Karzai, que ocupa a chefia do Estado desde 2001, não pode recandidatar-se a um terceiro mandado, mas entre os oito candidatos à presidência, os três favoritos são homens da sua confiança. Entre eles, o atual ministro dos Negócios Estrangeiros, Zalmay Rassoul.
Caso nenhum dos candidatos consiga hoje mais de 50% dos votos, os dois mais votados disputarão uma segunda volta a 28 de maio.
Os analistas esperam que o sucessor de Karzai assine um acordo com os EUA para que um contingente de 10 mil militares permaneça no país. Isto porque os últimos 53 mil soldados das forças da NATO que ainda estão no terreno saem até ao final do ano e os talibãs já disseram que as forças do Afeganistão não conseguem garantir a segurança.
Segundo declarações do escritor afegão Ahmed Rashid à AFP, "a saída das tropas dos americanos neste momento é realmente um desastre, porque a responsabilidade total da segurança recai sobre os afegãos".