O Irão não discutirá mais o programa nuclear se o Conselho de Segurança da ONU decretar novas sanções, disse hoje, terça-feira, em Istambul, na Turquia, o Presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad.
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"Já disse que a administração norte-americana e os seus aliados se enganam se pensam que podem agitar a ameaça de uma resolução e, em seguida, sentar-se à mesa para discutir connosco. Isso não acontecerá", declarou Ahmadinejad numa conferência de imprensa, em Istambul.
O presidente iraniano também exortou as potências ocidentais a aceitarem o acordo entre o Irão, a Turquia e o Brasil sobre uma troca de combustível nuclear, adiantando que tal situação "não se repetirá".
Esse acordo "era uma oportunidade para o governo americano e os seus aliados (...). Espero que façam bom uso dele. As oportunidades não se repetirão", esclareceu.
O discurso de Ahmadinejad via pressionar o Conselho de Segurança da ONU, que poderá votar, amanhã, quarta-feira, o projecto de resolução com sanções ao Irão pelo seu programa nuclear, admitiram na segunda feira fontes diplomáticas.
Os países proponentes das sanções acabaram as negociações na sexta-feira e estão preparados para as levar a votação.
Os 15 membros do órgão máximo das Nações Unidas reuniram-se na segunda feira durante uma hora para ouvirem uma proposta do Brasil e da Turquia, dois dos membros não permanentes, para a realização de um debate aberto antes do voto.
Estes dois países consideram que se deve dar mais tempo ao Irão.
Os membros do Conselho terminaram a reunião com a decisão de voltar a estudar hoje a pretensão de brasileiros e turcos, a nível de embaixadores, se bem que isso não deverá mudar a data da votação.
"Discutiremos primeiro [na terça feira] o conteúdo da resolução e depois se é adequado fazer um debate aberto antes de votar a resolução, provavelmente na quarta feira", afirmou o porta-voz da missão da França na ONU, Stephane Crouzat.