Israel e os palestinianos acordaram um cessar-fogo permanente para a Faixa de Gaza, afirmou um responsável palestiniano à agência France Presse, falando sob anonimato. Hamas diz que acordo é "uma vitória para a resistência".
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"Os contactos que têm ocorrido resultaram num cessar-fogo permanente, um acordo para acabar com o bloqueio e uma garantia de que as necessidades e exigências de Gaza serão atendidas", declarou o responsável, ao passo que o movimento islâmico Hamas, no poder na Faixa de Gaza, reivindicou vitória, após 50 dias de guerra com Israel.
Do lado israelita, nenhum responsável confirmou ou comentou até agora este acordo.
O presidente palestiniano, Mahmud Abbas, anunciará no início de uma reunião da direção palestiniana marcada para as 16.00 horas TMG (17.00 horas em Portugal continental) os pormenores do acordo que prevê, além de "um cessar-fogo permanente", o "levantamento do bloqueio à Faixa de Gaza" imposto por Israel em 2006 - a principal exigência dos palestinianos, precisou o alto responsável palestiniano.
O conflito entre Israel e os ativistas palestinianos da Faixa de Gaza iniciou-se a 8 de julho e fez mais de 2130 mortos do lado palestiniano e 68 do lado israelita.
"Vitória", diz o Hamas
Mussa Abu Marzuq, o 'número dois' do Hamas no exílio, que participou nas negociações, indicou no seu mural da rede social Facebook que o acordo é "uma vitória para a resistência", referindo-se aos grupos armados na Faixa de Gaza.
A hora exata da entrada em vigor do novo cessar-fogo será anunciada mais tarde, precisou.
Um porta-voz do Hamas em Gaza, Sami Abu Zuhri, acrescentou, em seguida, que o movimento islâmico "aguarda agora o anúncio oficial do Cairo".
Segundo o responsável palestiniano, o acordo de cessar-fogo é fruto de "contactos efetuados pelo chefe da delegação palestiniana, Azzam al-Ahmad, com os dirigentes do Hamas, da Jihad Islâmica e dos outros movimentos palestinianos em Ramallah, em Gaza e no Qatar, bem como com o Egito e parceiros regionais e internacionais".
Abbas deslocou-se na quinta e na sexta-feira passadas a Doha, capital do Qatar, para aí se encontrar com o líder do Hamas no exílio, Khaled Mechaal.