O chanceler alemão alertou, esta quarta-feira, que a capitulação da Ucrânia poderá levar o presidente russo, Vladimir Putin, a procurar um próximo alvo, manifestando receio de que a guerra se possa arrastar por muito tempo.
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Ao discursar perante a câmara baixa do parlamento alemão (Bundestag), no debate geral sobre o orçamento de 2025, Friedrich Merz sublinhou que "uma paz ditada [pela Rússia], uma paz sem liberdade, uma capitulação apenas encorajará Putin a procurar o próximo alvo", acrescentando que se viu "o quanto é possível isto acontecer concretamente através da violação do espaço aéreo polaco e romeno nos últimos dias" pelos russos.
"Queremos que esta guerra termine, mas, ao mesmo tempo, tememos que se possa arrastar por muito tempo. No entanto, terminá-la à custa da soberania política e da integridade territorial da Ucrânia é algo que, como conselheiros e apoiantes da Ucrânia, não podemos sequer considerar", acrescentou o líder alemão.
Merz disse que "Putin há tempos testa os limites ao sabotar, ao espiar, ao assassinar e ao tentar semear a incerteza".
"A Rússia quer desestabilizar as nossas sociedades, mas não o permitiremos, nem externa nem internamente", afirmou o chanceler, acrescentando que, nesta situação, é importante que a Alemanha reforce a resiliência e a capacidade de defesa, demovendo os adversários de novas agressões, ao mesmo tempo que aproxima aliados e parceiros.
O governante acrescentou que a guerra na Ucrânia, "iniciada pela Rússia e apenas pela Rússia", também se faz sentir há muito tempo nos Estados-membros da UE e da NATO, onde a liberdade está a ser ameaçada "de forma muito concreta, não apenas abstrata".
"Os cidadãos do nosso país sentem uma crescente insegurança e percebem que novas regras do jogo estão a ser impostas através da força militar, de ameaças híbridas e de ataques à nossa democracia liberal", disse.
Merz afirmou ainda que a Alemanha está consciente da responsabilidade pela liberdade e pela paz na Europa e afirmou que o país está novamente a desempenhar um papel ativo na Europa e já não está à margem.