O ministro da Justiça alemão anunciou, esta quarta-feira, que o país vai abandonar uma lei apelidada de "lesa-majestade", que proibia insultos a chefes de Estado estrangeiros.
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Segundo a lei ainda em vigor na Alemanha, mas que deixará de existir a partir de um de janeiro de 2018, um país estrangeiro pode pedir ao Estado alemão que dê início a uma ação judicial contra um cidadão que tenha difamado um líder do seu país.
Heiko Maas, ministro da Justiça, disse apenas que esta lei - uma herança do tempo da monarquia - é "antiquada e desnecessária", mas a imprensa internacional está a associar a decisão à chegada ao poder de Donald Trump nos EUA.
Trump é conhecido por ser extremamente sensível a críticas e não é apreciado pelos líderes alemães, principalmente por Angela Merkel, cujas políticas de acolhimento de refugiados foram criticadas pelo novo inquilino da Casa Branca.
"O simbolismo do momento escolhido é provavelmente mais importante do que a decisão em si. Por outra palavras: Donald Trump tornou-se chefe de Estado de país estrangeiro há cinco dias", escreve o "Washington Post".
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, foi a última entidade a usar esta lei, para obrigar à investigação de um humorista alemão que leu um poema na televisão, onde afirmava que Erdogan fazia sexo com cabras e que adorava "reprimir minorias, pontapear curdos e bater em cristãos enquanto via pornografia com menores".
O caso foi aceite por Angela Merkel, mas acabou por ser arquivado.