A Arábia Saudita mandou regressar o seu embaixador no Cairo e fechou missões diplomáticas no Egito na sequência de protestos em frente à sua embaixada devido à detenção de um ativista egípcio no país.
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A embaixada e os consulados em Alexandria e Suez foram fechados.
Um porta-voz, citado pela agência SPA, afirmou que as medidas foram decididas como resposta às manifestações que decorreram em frente às missões sauditas no Egito após a detenção de um advogado egípcio na Arábia Saudita.
Os protestos foram "injustificados", disse o porta-voz, acrescentando que os funcionários egípcios e sauditas das missões diplomáticas foram mesmo ameaçados. "Foram gritadas frases hostis e a imunidade das representações diplomáticas foi violada, contra todas as regras internacionais", disse.
Sublinhou que a suspensão das missões diplomáticas e dos serviços consulares afetará os trabalhadores egípcios e os peregrinos muçulmanos que têm como destino localidades santas na zona ocidental da Arábia Saudita.
A agência oficial egípcia MENA noticiou em seguida que as autoridades militares do país se apressaram a contactar a Arábia Saudita para tentar resolver o problema.
Na terça-feira, centenas de egípcios protestaram em frente à embaixada da Arábia Saudita para exigir a libertação de um advogado e ativista dos direitos humanos detido pelas autoridades sauditas por suspeita de posse de drogas proibidas.
Os manifestantes gritaram palavras de ordem contra o regime saudita, exigindo a libertação imediata de Ahmed Mohammed al-Gizawi, detido à chegada ao aeroporto de Jeddah a 17 de abril.
Uma organização egípcia de defesa dos direitos humanos afirma que Gizawi foi condenado à revelia a um ano de prisão e 20 chicotadas por criticar o governo do país, já que o seu ativismo visa apoiar os reclusos egípcios nas prisões sauditas.
O ministro dos negócios estrangeiros egípcio disse ter dado instruções ao embaixador em Riade "para que contacte urgentemente com as autoridades sauditas" para pressioná-las a libertar o ativista.
O embaixador da Arábia Saudita no Cairo, Ahmed Adel Aziz Qattan, disse por seu lado que não há qualquer sentença contra o ativista e que este foi detido na posse de milhares de comprimidos, considerados uma droga proibida.