António Guterres está a dividir águas. Criticou o Hamas, pelos ataques contra civis, e também apontou o dedo a Israel.
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O que disse exatamente Guterres?
Condenou, na terça-feira, inequivocamente os “atos de terror” e “sem precedentes” de 7 de outubro perpetrados pelo Hamas em Israel. Admitiu ainda ser “importante reconhecer” que os ataques do grupo islamita Hamas “não aconteceram do nada”, frisando que o povo palestiniano “foi sujeito a 56 anos de ocupação sufocante”.
Quem alimentou a polémica?
O chefe da diplomacia israelita, Eli Cohen, criticou Guterres ainda durante a reunião do Conselho de Segurança da ONU, acusando-o de fazer um discurso chocante e de ter uma visão imoral . Os governos britânico e italiano também criticaram Guterres.
O líder da ONU recebeu apoios?
Sim, apesar da simpatia que existe no Ocidente pela causa israelita, nomeadamente devido às perseguições sofridas no passado. Para além do conforto recebido de Portugal, quer pelo Governo quer pelo presidente da República, o líder da ONU recebeu também apoio dos governos alemão e espanhol e da Liga Árabe.
Quem tem razão?
Ouvindo integralmente o que foi dito por Guterres, fica claro que ele critica quer os ataques do Hamas, a 7 de outubro, quer a “ocupação sufocante” por parte de Israel de territórios palestinianos. Foi um discurso corajoso e de risco calculado? Ou foi imponderado, resultando num fiasco diplomático? As opiniões dividem-se.