O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, afirmou, este domingo, que a polícia britânica tentou entrar, na passada quarta-feira, na embaixada do Equador em Londres, mas desistiu ante a presença de apoiantes e jornalistas.
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Da varanda da embaixada do Equador em Londres, onde se encontra refugiado, Assange fez uma declaração de 10 minutos em que agradeceu aos órgãos de comunicação social presentes por serem "os olhos do mundo".
"Escutei uma equipa de polícias que entrou através da saída de emergência, mas sabiam que haveria testemunhas", assegurou Assange, acrescentando que graças à presença da imprensa "o mundo estava observando".
"Se na outra noite o Reino Unido não atirou pela borda as Convenções de Viena é porque o mundo estava observando", sublinhou.
Assange agradeceu ao Equador, que descreveu como "valente país latino-americano", por ter "dado a cara" pela Justiça, assim como ao Presidente equatoriano, Rafael Correa, por lhe ter concedido asilo político.
O fundador do WikiLeaks pediu ao Presidente norte-americano, Barack Obama, para terminar a "caça às bruxas" contra o seu site na Internet.
"Eu peço ao Presidente Obama para fazer a coisa certa, os Estados Unidos têm de renunciar à caça às bruxas contra o WikiLeaks", frisou Assange, acrescentando que Washington deve deixar de ameaçar o WikiLeaks.
Assange exigiu também a libertação do soldado norte-americano Bradley Manning, preso sob a acusação de ter passado ilegalmente documentos secretos e que classificou como um "herói" e "exemplo para todos".
Como previsto, Assange apareceu esta tarde à varanda da embaixada do Equador em Londres para falar aos jornalistas e fazer a sua primeira aparição pública desde que se refugiou nas instalações consulares equatorianas na capital inglesa, a 19 de junho deste ano.
As autoridades britânicas indicaram na quinta-feira que o asilo concedido a Assange não mudava "nada" sobre a determinação de Londres de o extraditar para a Suécia, que o reclama pela acusação da prática de violação e agressão sexual.
Julian Assange, australiano de 41 anos, quer evitar a extradição para a Suécia e posteriormente para os Estados Unidos, onde teme ser condenado à pena de morte por espionagem, devido à divulgação pelo seu portal na Internet de 250 mil telegramas da diplomacia norte-americana.
O advogado de Assange é o juiz espanhol Baltazar Garzon, que está suspenso de exercer a magistratura judicial no seu país.