Várias cidades da Ucrânia ficaram sem eletricidade após o maior bombardeamento russo à rede energética ucraniana. Forças russas lançaram 88 mísseis e 63 drones contra central e barragem.
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Mais de um milhão de ucranianos ficaram, esta sexta-feira, sem energia depois de as forças russas terem lançado o maior ataque contra a infraestrutura energética do país desde o início da guerra, atingindo uma central e uma barragem. O Ministério da Defesa da Rússia justificou a ofensiva com a necessidade de “vingança”.
O bombardeamento, no qual foram lançados 88 mísseis e 63 drones Shahed (de fabricação iraniana), resultou na morte de pelo menos cinco pessoas e causou apagões energéticos em várias regiões. Segundo o autarca de Kharkiv, Igor Terekhov, a cidade ficou “completamente sem eletricidade” depois de ter sido palco do mais intenso ataque registado desde o início da invasão russa, informou no Telegram. Em Odessa, 260 mil casas ficaram sem energia, sendo que a cidade de Zaporíjia também foi visada, apesar de não terem sido divulgados dados sobre os danos.
“O inimigo está a realizar ataques em grande escala. O objetivo é tentar causar uma falha na operação do sistema energético de todo o país”, salientou o ministro da Energia ucraniano, German Galushchenko.
Vingança russa
Perante o caos que ontem se instalou no país, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, aproveitou para deixar um novo aviso sobre a urgência de mais armas. “Os mísseis russos não têm atrasos, ao contrário dos pacotes de ajuda à Ucrânia”, sugeriu nas redes sociais.
Contudo, enquanto ocorriam os bombardeamentos, o “Financial Times” publicou um artigo a informar que Washington pediu a Kiev que interrompesse os ataques de drones contra a infraestrutura energética russa por receio de que causassem um aumento global dos preços do petróleo.
A Defesa justificou a agressão como “uma vingança” pelas incursões ucranianas em diferentes regiões russas, detalhando, em comunicado, que as tropas atingiram “com sucesso” várias infraestruturas elétricas, cruzamentos ferroviários, fábricas militares, depósitos de munições e concentrações de tropas inimigas, cita a Reuters.
“Além disso, foram destruídos equipamentos militares estrangeiros e armas fornecidas à Ucrânia por países da NATO”, acrescentou o Kremlin, notando que, na última semana, as forças russas efetuaram um total de 49 ataques.
Após mais de dois anos de guerra, a Rússia admitiu, pela primeira vez, que está em “estado de guerra”. A declaração veio de Dmitry Peskov, porta-voz de Kremlin, que lembrou: “Sim, isto começou como uma operação militar especial, mas assim que o Ocidente se tornou num participante, para nós isto tornou-se numa guerra”.