Dois militares ficaram, este domingo, feridos num tiroteio violento junto ao centro comercial de Nairobi, que foi tomado de assalto pela milícia fundamentalista islâmica Al Shabab. O ataque provocou, pelo menos, 59 mortos e 175 feridos.
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"Até ao momento temos conhecimento de 59 pessoas", declarou Joseph Ole Lenku, apontando ainda a existência de 175 feridos, menos que os 200 do balanço inicial da Cruz Vermelha.
Os assaltantes terão feito reféns e o espaço está cercado por militares quenianos, com vários tanques, refere a agência AFP.
Os confrontos prosseguiram hoje entre as forças de segurança e os islamitas e o ministro Joseph Ole Lenku anunciou que entre 10 e 15 atacantes ainda se encontravam no interior do centro comercial.
"Pensamos que os atacantes têm várias pessoas inocentes no interior do edifício, pelo que a operação é delicada", declarou.
Desde outubro de 2011, quando o exército do Quénia entrou na Somália como resposta a uma onda de sequestros alegadamente perpetrados pela Al-Shabab no seu território, os radicais islâmicos ameaçaram o Quénia de represálias.
Desde então registaram-se dezenas de ataques nas zonas de fronteira com a Somália, na cidade portuária de Mombasa, e mesmo em Nairobi que já provocaram mais de uma centena de vítimas.
Cerca de meia dezena de veículos militares foram estacionados junto ao centro comercial de Nairobi assaltado, no passado sábado, pela milícia fundamentalista islâmica da Somália.
Segundo o jornal "The Guardian", os agressores permitiram que alguns muçulmanos deixassem o centro comercial depois de responderem a uma pergunta ou de recitarem uma oração que provasse que pertenciam à religião islâmica. Os que falhassem o teste, eram executados pelo grupo armado.
O Centro de Operações de Desastres Nacionais (NDOCK na sigla inglesa) revelou, através da sua conta no Twitter, que um "número indeterminado de reféns" continua no interior do edifício que está cercado pelas Forças de Segurança do Quénia desde o início do ataque.
"O número de reféns continua a ser desconhecido (...) estão em várias zonas do prédio", assegurou o NDOCK, acrescentando que "os rebeldes estão confinados apenas a uma zona, mas há reféns nas imediações que não conseguem chegar às saídas".
Às 04:00 (hora de Lisboa), acrescenta o centro, o exército e as forças especiais controlavam o primeiro e segundo andares do centro, mas parte do rés-do-chão e o último piso não estavam seguros.