As forças paquistanesas mataram e detiveram dezenas de suspeitos na sequência do atentado suicida de quinta-feira a um famoso santuário sufista, cujo balanço foi atualizado para os 88 mortos.
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O mais mortífero atentado no Paquistão nos últimos anos atingiu o tempo de Lal Shahbaz Qalandar, na cidade de Sehwan, província de Sindh (sul), quando centenas de fiéis realizavam um ritual semanal.
O bombista suicida que se fez explodir entre os fiéis, sobretudo xiitas, matou inicialmente 75 pessoas, entre as quais pelo menos 20 mulheres e nove crianças.
As autoridades atualizaram esta sexta-feira o balanço para 88 mortos, depois de alguns dos feridos graves não terem resistido. O departamento de saúde da província de Sindh indicou que 343 pessoas ficaram feridas no ataque, das quais 76 continuam internadas em hospitais.
Em resposta, durante a noite as forças paquistanesas atacaram esconderijos de militantes e estiveram envolvidas em tiroteios que mataram pelo menos 39 suspeitos, segundo três responsáveis da segurança que não quiseram ser identificados e que adiantaram que foram detidos 47 suspeitos.
O Paquistão disse que o atentado foi planeado em refúgios dos jiadistas no Afeganistão e os militares paquistaneses entregaram esta sexta-feira a Cabul uma lista de 76 alegados terroristas que se estarão escondidos no Afeganistão, pedindo que sejam capturados e extraditados.
Islamabad também lançou ataques de artilharia contra o país vizinho e encerrou o posto fronteiriço de Torkham.
O Paquistão está em guerra com os talibãs e outros grupos extremistas há mais de uma década e nos últimos anos tem lançado grandes ofensivas contra refúgios dos terroristas nas regiões tribais ao longo da fronteira com o Afeganistão.
O grupo Estado Islâmico tem vindo a alargar a sua presença no Paquistão nos últimos anos e já reivindicou vários ataques mortíferos no país, incluindo um atentado suicida num outro tempo sufi em novembro de 2016 que matou mais de 50 pessoas.