O militante dos direitos cívicos Chen Guangcheng disse, esta quarta-feira, à agência Associated Press que um funcionário norte-americano lhe contou que as autoridades chinesas ameaçaram matar a sua mulher se ele não abandonasse a embaixada norte-americana em Pequim.
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Um responsável norte-americano, que não quis ser identificado, negou que a ameaça tenha sido feita, mas disse que Chen foi informado de que a família seria mandada para casa se ele ficasse na embaixada.
Ao telefone a partir do hospital onde se encontra em Pequim, depois de ter deixado a embaixada dos Estados Unidos, Chen disse à AP que responsáveis norte-americanos que disseram que as autoridades chinesas mandariam a sua família para casa se ele não abandonasse a representação diplomática.
Referiu que os responsáveis lhe disseram que a mulher seria espancada até à morte.
"Disseram que se eu não saísse levariam os meus filhos e família para Shandong", disse à AP. Indicou ter ouvido a ameaça de morte de um responsável norte-americano que não conseguiu identificar.
O ativista cego, de 40 anos, que tem lutado contra os abortos forçados na China, deixou hoje a embaixada onde se encontrava refugiado há seis dias, depois de a 22 de abril ter fugido da prisão domiciliária.
"Chen alcançou um acordo com o governo chinês sobre o futuro, incluindo a possibilidade de prosseguir o ensino superior num ambiente seguro", disse em comunicado a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, que se encontra na China para um encontro anual entre as duas potências sobre o diálogo estratégico.
Antes, um responsável norte-americano tinha referido que o ativista não pediu asilo político aos Estados Unidos e após deixar a embaixada ia para um hospital e encontrar-se com a família.
Chen confirmou não ter pedido para deixar a China, referindo que funcionários norte-americanos disseram que o acompanhariam fora da embaixada.
No entanto, depois de ter chegado ao quarto no hospital Chaoyang com a família, nenhum responsável norte-americano ficou, disse Chen, adiantando que agora a família está com medo e quer deixar o país.