Ativistas dos direitos das mulheres lançam tinta vermelha na Escadaria da Praça de Espanha
Ativistas que destacam a violência contra as mulheres lançaram tinta vermelha pela famosa Escadaria da Praça de Espanha de Roma, em Itália, esta quarta-feira, dizendo que representava o sangue das vítimas.
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Seis ativistas do grupo italiano "Bruciamo Tutto" ("Queimem Tudo", em tradução livre), foram detidos depois do protesto que, segundo os manifestantes, recorreu a tinta lavável para crianças. Os ativistas seguravam também folhas de papel que listavam vítimas recentes de violência contra as mulheres. “Este é o sangue deles – um massacre que a sociedade se recusa a ver. Como se fosse normal morrer às mãos do próprio marido, parceiro ou filho”, disse um ativista, segundo um comunicado do grupo.
O grupo foi formado depois de um apelo à ação feito pela irmã de Giulia Cecchettin, uma estudante universitária morta pelo ex-namorado no ano passado, num caso que provocou pesar e raiva em todo o país. “Não guardem um minuto de silêncio por Giulia, mas queimem tudo”, disse Elena Cecchettin, apelando a uma revolução no que disse ser uma cultura que permite tal violência.
A Escadaria da Praça de Espanha, projetada pelo arquiteto Francesco de Sanctis entre 1723 e 1726 jundo à igreja Trinita dei Monti, é um dos marcos mais emblemáticos da capital italiana.
Os manifestantes têm cada vez mais como alvo locais culturais nas suas campanhas como forma de aumentar a atenção mediática. Na semana passada, ativistas do movimento "Just Stop Oil", na Inglaterra, pulverizaram uma substância laranja em Stonehenge, o pré-histórico Património Mundial da UNESCO. O governo da primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, aumentou as penas para pessoas que danificam monumentos e locais culturais.