Cerca de 88% das autarquias catalãs, que equivalem a 80% da população da região autónoma, já formalizaram em plenários locais o seu apoio à realização da consulta soberanista de 9 de novembro.
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Em concreto, o apoio à consulta já foi formalizado em 828 dos 946 municípios da Catalunha, segundo dados atualizados facultados à Lusa por porta-vozes da Associação de Municípios pela Independência (AMI) - que abrange 698 autarquias - e da Associação Catalã de Municípios (ACM) - 915 autarquias.
Fonte da AMI admitiu à Lusa que, devido à oposição à consulta de algumas forças políticas catalãs (nomeadamente Populares e Socialistas), é previsível que haja municípios que não apoiarão a consulta.
Isso implicará que não darão apoio logístico à realização da consulta - que ainda não foi formalmente convocada pelo presidente catalão, Artur Mas - mas não impedirá que o voto decorra nesses locais.
Segundo a fonte da AMI nesses casos o apoio logístico para o voto - como disponibilizar espaços onde votar - poderia ser fornecido por outras entidades locais que apoiam a consulta.
Dois dos maiores municípios da Catalunha, Barcelona e Girona, estão entre os que apoiam a consulta, sendo que há ainda "3 ou 4" próximos da capital "governados pelo PSC ou PP" que não deram ainda o seu apoio.
Já há respostas negativas de mais de 15 municípios, entre os quais de locais significativos, como L'Hospitalet de Llobregat, Cornellà e Terrassa.
O presidente catalão, Artur Mas, assina no sábado o decreto de convocatória da consulta soberanista de 9 de novembro, faltando, para isso que a lei de consultas, aprovada na passada sexta-feira, seja publicada no diário oficial catalão, marcando assim a sua entrada em vigor.
A consulta de 9 de novembro terá duas perguntas: "quer que a Catalunha se converta num Estado?" e, em caso afirmativo, "quer que este Estado seja independente?".
Depois de Artur Mas assinar o decreto, o Governo central de Madrid deverá iniciar um processo de resposta, tanto ao texto como à lei de consultas, levando dois recursos ao Tribunal Constitucional.
Sem certezas sobre a consulta - são previstos dois recursos do Governo espanhol através do Tribunal Constitucional -, o Governo regional continua a avançar nos preparativos para o voto, incluindo a campanha.
O decreto de Mas deverá previsivelmente incluir um anexo com pormenores sobre o dispositivo logístico, incluindo o período de campanha e debate público, a divisão eleitoral - são previstas cerca de 8.000 urnas em 3.000 locais de voto - e as regras para o voto antecipado.