Autor de atropelamento mortal em mercado de Natal na Alemanha mandou cartas às vítimas
Taleb al-Abdulmohsen, o médico saudita acusado de matar seis pessoas num ataque com um carro na cidade de Magdeburgo, em dezembro do ano passado, mandou cartas aos sobreviventes a pedir perdão. O gesto deixou os sobreviventes perturbados.
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De acordo com o procurador do Ministério Público do estado de Saxónia-Anhalt, no centro-leste da Alemanha, há pelo menos cinco sobreviventes do ataque, que ocorreu num mercado de Natal, que receberam uma carta do autor do atropelamento massivo.
"Ao início, nem acreditamos", relatou um dos destinatários da carta ao "Magdeburger Volksstimme". "Ficámos em choque quando regressamos de férias e encontramos a carta na nossa caixa de correio. Como é que um assassino conseguiu as moradas dos sobreviventes?", questionou a pessoa ouvida pelos meios locais.
O atacante abalroou com o carro uma multidão que estava no mercado, causando a morte a seis pessoas, entre elas uma criança de seis anos, e deixou mais de 300 pessoas feridas, algumas com gravidade, a poucos dias do Natal do ano passado. Taleb al-Abdulmohsen foi então descrito como um crítico do Islão e conspiracionista da "islamização da Europa". Está em prisão preventiva desde que foi detido, e assinou as cartas enviadas da prisão com "melhores cumprimentos".
A imprensa de Magdeburgo relata que Abdulmohsen pediu "perdão" aos sobreviventes, desejando-lhes melhoras rápidas e exprimiu na carta "pensamentos confusos" sobre requerentes de asilo sauditas, semelhantes aos que havia escrito antes de investir com o carro contra a multidão a 20 de dezembro de 2024. Pediu ainda que o visitassem ou que lhe respondessem à carta. Mas, de acordo com um dos terapeutas que acompanha as vítimas do ataque, "nenhum dos sobreviventes está interessado num pedido de desculpas".
As autoridades ainda não conseguiram explicar como é que o suspeito conseguiu os nomes e as moradas das vítimas, especulando-se que tenham sido obtidos através da acusação que corre nos tribunais, que fica também disponível para os advogados de defesa.
Foi aberta uma investigação ao envio das cartas, uma vez que a correspondência é apontada como uma forma de "retraumatizar" as vítimas.