As autoridades de Gaza anunciaram, na quinta-feira, que o presidente da Câmara do campo de refugiados de Nuseirat, Iyad al Maghari, morreu num bombardeamento israelita.
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O ataque ocorreu um dia depois de o exército israelita ter bombardeado uma escola da agência das Nações Unidas para os refugiados palestinianos (UNRWA), localizada no mesmo campo, no centro da Faixa de Gaza, noticiou a agência Europa Press.
"O exército de ocupação israelita cometeu um assassínio covarde do presidente da Câmara de Nuseirat e de um grupo de cidadãos, bombardeando-os diretamente de aviões no campo de Nuseirat, o que é considerado um crime de guerra, em violação das leis internacionais", destacaram, em comunicado, as autoridades de Gaza.
A mesma fonte frisou que "este crime é considerado um novo episódio dos crimes de ocupação" contra o "povo palestiniano, que afetou todos os setores de forma deliberada e previamente planeada".
"A ocupação visa criar um estado de caos, multiplicar a crise humanitária e impedir a prestação de serviços municipais aos cidadãos e deslocados", destacaram ainda.
As autoridades de Gaza frisaram também que Al Maghari era "considerado um funcionário que preferiu cumprir o seu dever nacional e prestar serviço, desde o primeiro momento e sem interrupção, à população do campo de refugiados de Nuseirat".
O exército israelita confirmou na quinta-feira o bombardeamento da escola e argumentou que esta albergava no seu interior "terroristas do Hamas", incluindo membros das forças do grupo islamita palestiniano que levaram a cabo os ataques em território israelita de 7 de outubro de 2023.
O Hospital dos Mártires de Al-Aqsa, localizado em Deir al-Balah, no centro da Faixa de Gaza, reviu na quinta-feira à noite o número de mulheres e crianças entre os mortos no ataque, apontando para três mulheres, nove crianças e 21 homens, noticiou a agência Associated Press (AP).
Antes, tinha adiantado que nove mulheres e 14 crianças estavam entre as 33 pessoas mortas no ataque.
O comissário da UNRWA, Philippe Lazzarini, lamentou na quinta-feira, através da rede social X, que o ataque israelita à escola em Nuiserat tenha ocorrido "sem aviso prévio".
Desde o início da guerra na Faixa de Gaza, há oito meses, mais de 180 edifícios da UNRWA, na sua maioria escolas convertidas em abrigos, foram atacados. "O resultado foi a morte de mais de 450 pessoas deslocadas nessas instalações", revelou a organização, num comunicado.
A guerra em curso na Faixa de Gaza foi desencadeada por um ataque do movimento islamita Hamas em solo israelita, em 7 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e deixou mais de duas centenas de reféns na posse do grupo palestiniano, segundo Telavive.
A ofensiva israelita que se seguiu na Faixa de Gaza provocou mais de 36 mil mortos e uma grave crise humanitária no enclave palestiniano, de acordo com as autoridades locais tuteladas pelo Hamas, que controla o território desde 2007.