As autoridades do Bangladesh anunciaram, esta quarta-feira, o encerramento de 18 fábricas têxteis por razões de segurança, após o desmoronamento de um edifício, nos arredores da capital Daca, do qual resultaram mais de 800 mortos.
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"Dezasseis fábricas foram fechadas em Daca e duas em Chittagong", a segunda cidade do país, divulgou o ministro para os Têxteis, Abdul Latif Siddique, em declarações à comunicação social, referindo que outras fábricas serão encerradas no âmbito do reforço das medidas de segurança naquele setor.
Estes são os primeiros encerramentos determinados pelas autoridades do Bangladesh depois do desmoronamento ocorrido a 24 de abril, considerado como o pior acidente industrial do país. O número de mortos do acidente ultrapassou, esta quarta-feira, os 800, após a descoberta de dezenas de novos corpos nos escombros do prédio onde funcionavam cinco fábricas de roupa, informou o exército.
"O balanço é agora de 803 mortos", incluindo 709 vítimas encontradas nos escombros do edifício e 13 que morreram no hospital, indicou um porta-voz do exército, o tenente Mir Rabbi.
Segundo um general que está a supervisionar as operações de resgate, o balanço de vítimas mortais pode ainda aumentar.
No edifício, o Rana Plaza, localizado a cerca de 30 quilómetros de Daca, operavam cinco fábricas de roupa que forneciam conhecidas marcas ocidentais. No dia do desabamento, estavam no interior do edifício mais de 3000 pessoas. Segundo as autoridades, pelo menos 2437 pessoas foram resgatadas com vida.
Os resultados preliminares de um inquérito ordenado pelo governo às causas do acidente indicaram que as vibrações provocadas por quatro potentes geradores colocados nos andares superiores do edifício terão provocado o colapso.
A polícia deteve 12 pessoas, incluindo o dono do prédio, Sohel Rana, e quatro proprietários de fábricas por obrigarem os funcionários a trabalhar um dia depois de terem surgido rachas na estrutura do prédio.
Os trabalhadores da indústria têxtil já realizaram protestos a pedir punições fortes para os responsáveis pelo desastre e a exigir a melhoria das regras de segurança.
O Bangladesh é o segundo maior produtor de roupa do mundo e a indústria têxtil constitui a base da sua economia. No entanto, apresenta índices de segurança considerados chocantes e já em novembro passado 111 pessoas morreram num incêndio numa fábrica.