Um barco de mercadorias vai fazer a ligação, todas as semanas, entre EUA e Cuba. A primeira viagem quebrou com um interregno de 50 anos.
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Os EUA e Cuba passam a estar ligados, todas as semanas, por um barco de mercadorias. A viagem já não acontecia há 50 anos mas o facto não significa uma melhoria nas relações entre os países nem um fim do embargo norte-americano a Cuba. O barco, denominado Ana Cecilia, chegou esta quinta-feira a Havana, com partida de Miami, na Florida, carregado com material humanitário.
O envio de ajuda humitária para Cuba é legal mas, até aqui, os EUA não o faziam por barco nem de forma direta. A empresa Internacional Port Corporation solicitou ao Governo Federal autorização para efetuar uma ligação marítima e esta foi dada depois de muita burocracia. "Somos os primeiros a fazê-lo porque há muita gente que tentou [fazer a ligação marítima] mas desistiu", explicou ao "El País" Leonardo Sánchez-Adega, porta-voz da empresa.
Agora, o barco obedece a regras restritas para poder continuar a fazer a rota. Todas as quartas-feiras vai sair de Miami em direção a Havana com a autorização prévia da guarda costeira americana. Não pode abastecer em Cuba nem aceitar nenhum tipo de tripulante da ilha. O barco só vai transportar ajuda humanitária de instituições de solidariedade ou bens que familiares de residentes enviarem para a ilha. Deste modo, continua a respeitar o embargo feito a Cuba em 1962.
Ainda assim, já houve críticas à inauguração da rota. A presidente do Comité dos Assuntos Exteriores da Câmara dos Representantes, a republicana Ileana Ros-Lehtinen, pediu para que a situação fosse investigada. Leonardo Sánchez-Adega explica que o que a congressista está a fazer é "um teatro que já esperávamos".