As luzes do Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente do Brasil, desligaram-se, com o chefe de Estado no interior, sem que o derrotado tenha prestado quaisquer declarações aos apoiantes, que começam a desmobilizar.
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Por volta das 21.30 horas (0.30 em Portugal continental), a campanha de Bolsonaro subiu ao trio elétrico [carrinha aberta] instalado no centro da Esplanada dos Ministérios, onde se concentram as sedes dos três poderes brasileiros, e pediu aos apoiantes para desmobilizarem.
Antes, neste mesmo local, os apoiantes de Bolsonaro quando se aperceberam que a derrota era certa, começaram a fazer orações para que o resultado, "por milagre", ainda se alterasse.
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A poucos quilómetros de distância, no Palácio da Alvorada, as luzes foram apagadas e os assessores da Presidência deixaram o local de imprensa sem dizer se Bolsonaro iria falar aos jornalistas.
Duas dezenas de apoiantes aguardavam ingloriamente a vinda de Jair Messias Bolsonaro, ao som de "mito" e de alguns fogos de artificio, na expectativa de acordar um presidente num palácio de luzes apagadas.
Os mais proeminentes apoiantes de Bolsonaro, como o ex-juiz Sérgio Moro, a ex-ministra e nova senadora Damares, ou mesmo o presidente da câmara dos deputados, Arthur Lira, apressaram-se a reconhecer e a aceitar a vitória do candidato do Partido dos Trabalhadores e antigo chefe de Estado brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, abandonando assim os mais fervorosos apoiantes do Presidente brasileiro.
Desconhece-se ainda se Bolsonaro vai reconhecer, ou não, o resultado das presidenciais e quais serão os seus próximos passos.
Luiz Inácio Lula da Silva, de 77 anos, foi eleito no domingo Presidente do Brasil. O candidato do Partido dos Trabalhadores (esquerda), de 77 anos, obteve mais de 60,3 milhões de votos (50,9% do total), com uma vantagem superior a 2,1 milhões face a Bolsonaro (extrema-direita), que conseguiu 58,2 milhões (49,1%), nas presidenciais de domingo, segundo dados finais revelados no Tribunal Superior Eleitoral.
Lula da Silva, que já cumpriu dois mandatos entre 2003 e 2011, regressa assim ao Palácio do Planalto.
O antigo sindicalista terá como vice-Presidente Geraldo Alckmin, do Partido Socialista Brasileiro (PSB), que já havia sido seu opositor nas eleições presidenciais de 2006, então pelo Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB).