Os atentados, de sexta-feira, em Paris, fizeram 129 mortos (entre eles dois portugueses) e 352 feridos, 99 dos quais em estado grave. Três indivíduos relacionados com os ataques foram detidos na Bélgica e as autoridades encontraram, junto ao corpo de um dos atacantes, um passaporte de um refugiado sírio que entrou na UE pela ilha de Leros, na Grécia.
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O balanço foi avançado pelo procurador de Paris, François Molins, que acrescentou que "sete terroristas foram mortos durante a sua ação criminosa" (seis dos quais bombistas-suicidas) e que um deles já foi "formalmente identificado". Trata-se de um francês, natural de Courcouronnes, de 29 anos, conhecido da polícia e dos serviços de informações por ligações ao jiadismo. Foi identificado pelos investigadores como um dos presumíveis atacantes da sala de espetáculos Bataclan. Seis familiares, entre os quais o pai, o irmão e uma cunhada, foram detidos, após operações policiais no nordeste de França e na região de Paris.
Sabe-se também que os atacantes utilizaram vários veículos, um dos quais com matrícula belga e alugado por um francês. Este domingo, foi encontrado um carro preto modelo Seat no subúrbio de Montreuil que terá sido usado por homens armados na sexta-feira à noite.
Num dos ataques, o que visou a sala de concertos Bataclan, onde morreram pelo menos 89 pessoas, os atacantes gritaram frases relativas à Síria e ao Iraque.
Nos seis ataques, foram contabilizadas várias centenas de disparos de calibre 7,62 mm, ainda segundo o procurador, que indicou que os atacantes utilizaram metralhadoras "kalashnikov".
Molins confirmou, por outro lado, informações avançadas pela imprensa segundo as quais foi encontrado um passaporte de um refugiado sírio junto ao corpo de um dos atacantes que perpetraram o ataque ao Estádio de France. O detentor do passaporte entrou na União Europeia pela ilha de Leros, na Grécia, a 3 de outubro."Foi identificado de acordo com as regras europeias", disse o vice-ministro grego da Polícia, Nikos Toscas.
Os investigadores encontraram ainda um passaporte egípcio junto de cadáveres que se presume serem de atacantes.
As autoridades detiveram este sábado três pessoas, uma das quais na fronteira entre França e a Bélgica, disse.
Também na Bélgica foram detidas três pessoas, uma das quais tinha estado em Paris, na sexta-feira à noite, altura em que se deram os ataques terroristas. As detenções foram feitas no bairro Molenbeek de Bruxelas, segundo o ministro belga da Justiça, Koen Geens, que citou os testemunhos sobre a presença de um carro de matrícula belga, nas imediações da sala Bataclan, de Paris, e admitiu que se possa tratar de uma viatura alugada na Bélgica.
Mas, os atentados ainda poderiam ter causado mais vítimas. Segundo o "The Wall Street Journal", um dos bombistas tentou entrar no Estádio de France, onde estavam cerca de 80 mil pessoas. Tinha bilhete mas, quando se preparava para entrar no recinto, foi visto com o colete de explosivos e bloqueado. Segundo um segurança, citado pelo jornal norte-americano, o suicida ativou, então, os explosivos junto a uma das entradas do estádio.
Vítimas estrangeiras
Pelo menos 20 estrangeiros morreram na sequência dos atentados. Além dos dois portugueses, na lista de estrangeiros mortos há também 3 belgas, um espanhol, de 29 anos, dois cidadãos romenos e um britânico. Duas jovens tunisinas estão também entre as vítimas mortais, bem como três chilenos e dois argelinos. Nos atentados de sexta-feira morreram também dois mexicanos, um norte-americano e o outro marroquino.
* com agências