A Justiça alemã libertou, esta terça-feira, as brasileiras Kátyna Baía e Jeanne Paollini, que estavam detidas em Frankfurt após terem sido apanhadas no meio de um esquema de tráfico de droga internacional. Funcionários do aeroporto de São Paulo trocaram as etiquetas das malas das mulheres e colocaram em malas com cocaína.
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As acusações contra o casal foram arquivadas pelo Ministério Público da Alemanha, que aceitou o pedido de libertação após o envio de provas pelas autoridades brasileiras. As filmagens comprovaram a troca das etiquetas realizada por funcionários no Aeroporto Internacional de Guarulhos, onde as brasileiras fizeram um voo de ligação.
O casal foi libertado ao final da tarde desta terça-feira e reuniu-se com familiares e as advogadas para definir o regresso ao Brasil. Na Alemanha, o pedido de libertação de prisão preventiva não precisa ser aprovado por um juiz.
O Ministério das Relações Exteriores (MRE) brasileiro expressou "satisfação" com a notícia e salientou que acompanhou Kátyna e Jeanne durante o processo legal. "O Itamaraty [MRE] manteve coordenação estreita com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, que conduziu o envio dos elementos de prova solicitados pela Justiça alemã por meio dos instrumentos de cooperação jurídica internacional", afirmou a diplomacia brasileira em comunicado.
Presas por malas com cocaína
Kátyna e Jeanne saíram de Goiânia, no estado brasileiro de Goiás, e tinham como destino Berlim, onde começariam uma viagem de 20 dias pela Europa. No caminho, tinham escalas em São Paulo e Frankfurt. Entre o primeiro e o segundo voo, tiveram as etiquetas das malas trocadas por funcionários que fazem parte de uma organização criminosa no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.
Ao chegarem a Frankfurt, a 5 de março, as brasileiras foram detidas por tráfico internacional de drogas. "Eu caminhei algemada pelo aeroporto de Frankfurt, escoltada por vários policiais, sem saber o que estava a acontecer", disse Jeanne, citada pelo portal G1.
Nas duas bagagens identificadas como delas, havia 20 quilos de cocaína em cada uma. "Assim que o polícia apresentou as supostas malas, nós dissemos de imediato que aquelas malas não eram nossas", acrescentou.
Polícia brasileira ajudou no caso
A Polícia Federal (PF) em Goiás começou uma investigação após a prisão, analisou o perfil do casal, as imagens do imóvel residencial das mulheres e do aeroporto de Goiânia. Após a descoberta das gravações no aeroporto de São Paulo, a Polícia prendeu seis suspeitos por estarem envolvidos na organização criminosa.
"Elas não tinham o perfil das pessoas investigadas por tráfico de drogas. Foi verificado também que as bagagens remetidas por elas aqui eram diferentes das bagagens apreendidas na Alemanha, diferentes em cores, peso", declarou Bruno Gama, comandante da PF em Goiás citado pelo portal UOL.