Uma meteorologista britânica de 34 anos percorreu 1744 quilómetros em plena Antártida sem outra ajuda que não a dos seus próprios músculos. Depois de 59 dias de gelo e solidão, Felicity Aston bateu um recorde mundial. Só não foi reconhecido pelo Guiness.
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"Foi difícil fisicamente, mas a nível mental foi muito pior", disse a exploradora ao jornal britânico "The Guardian", no final da expedição, na segunda-feira. "Estar sozinha parece uma coisa simples, mas quando foi a última vez que passou um dia inteiro sem ver ninguém?" - perguntou ao jornalista. "Eu passei semanas".
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Antes desta aventura, Felicity Aston trabalhou durante três anos como investigadora na Antártida. Foi nessa fase da sua vida que atravessou o continente com 85 quilos de mantimentos e enfrentou dias de tempestade com temperaturas a rondar os 30 graus negativos. Mas a experiência são a preparou para o pânico que viria a sentir na expedição solitária.
"Vivi os últimos dois meses em pânico permanente. Tinha perfeita noção de que o mínimo problema poderia acabar numa catástrofe", admitiu a jovem física e meteorologista de Kent que, logo no início da expedição, ficou sem isqueiro, peça essencial para acender o pequeno fogão. Até ao final da travessia teve que racionar 46 fósforos.
Nem os anos de investigação, nem as expedições na Sibéria, na Gronelândia e no Ártico a poderiam preparar para a mais solitária agreste das jornadas.
A missão foi bem sucedida, mas os responsáveis pelos recordes do Guiness recusaram-se a registar o recorde como travessia a solo, uma vez que Aston fez três paragens para ser reabastecida. A nível informal, reconheceram que foi, de facto, a primeira pessoa a atravessar sozinha o continente.