O juiz do Tribunal Nacional espanhol Ismael Moreno libertou o agora fugitivo líder da Mocro Máfia, Karim Bouyakhrichan, com medidas cautelares, depois de um relatório de um tribunal de Marbella ter colocado impedimentos à sua extradição para a Holanda, uma vez que era suspeito de branqueamento de capitais em Espanha.
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O Tribunal Nacional, na sequência de um relatório do Ministério Público, concordou em janeiro libertá-lo com medidas como a entrega do passaporte, uma vez que este não poderia ser extraditado no âmbito de um mandado de detenção e entrega europeu (OEDE) emitido pela Holanda.
Fontes ouvidas pela agência Europa Press informaram que o Tribunal de Málaga deu posteriormente provimento ao recurso do líder mafioso, que ali permanecia em prisão preventiva, e concordou com a sua libertação mediante uma fiança de 50 mil euros. O Ministério Público, segundo fontes fiscais, manifestou-se contra.
Após essa decisão, o Tribunal Nacional recebeu uma prorrogação do mandado de detenção e entrega holandês, que o acusou de tráfico de drogas, e o juiz Ismael Moreno convocou-o, mas Karim Bouyakhrichan não compareceu e o magistrado concordou em emitir um mandado de prisão.
Ameaças à Casa Real Holandesa
O mandado internacional está a ser utilizado para tentar descobrir o paradeiro deste líder mafioso que é um dos objectivos prioritários dos Países Baixos, uma vez que os diferentes ramos da Mocro Máfia, um grupo criminoso com origens marroquinas, estão por detrás das ameaças contra a Casa Real e a princesa herdeira do trono, Catharina-Amalia de Orange.
Em janeiro, a Polícia Nacional detalhou numa conferência de imprensa no complexo policial de Canillas, em Madrid, a operação com a qual atingiu uma estrutura da Mocro Maffia na Costa del Sol e bloqueou 172 imóveis avaliados em 50 milhões de euros e quase três milhões em contas bancárias.
Governo acompanha fuga "preocupante"
O ministro espanhol da Presidência e da Justiça, Félix Bolaños, classificou como "preocupante" a fuga de Karim Bouyakhrichan, durante uma conferência de Imprensa no âmbito de uma reunião do Conselho de Ministros, manifestando o desejo de "quanto antes" o mafioso ser presente às autoridades judiciais do país.
Além das ameaças à casa real holandesa, Karim é ainda procurado pelos crimes de tráfico de droga, branqueamento de capitais, entre outros.
A nova ordem de captura surge depois do rei Guilherme Alexandre ter agradecido a Espanha a proteção concedida à sua filha, herdeira do trono.