A campanha para as presidenciais francesas foi suspensa, esta segunda-feira, na sequência do tiroteio em frente a uma escola judaica de Toulouse, do qual resultou a morte de três crianças e de um adulto.
Corpo do artigo
Os dois principais candidatos - o Presidente Nicolas Sarkozy e o socialista François Hollande - deslocaram-se imediatamente para o local.
Enquanto a hipótese de um "atirador isolado" ter atacado a escola de Toulouse depois de ter já matado três soldados de origem magrebina é investigada, a morte de três crianças e de um adulto desencadeou uma imensa emoção em França, até aos 'quartéis-generais' dos candidatos às presidenciais de 22 de abril e 6 de maio próximos.
A candidata do principal partido de extrema-direita, Marine Le Pen, que as sondagens apontam para que venha a ser a terceira mais votada, também condenou um "tiroteio criminoso" e pediu "aos poderes públicos para tudo fazerem para impedir um novo drama".
Aterrorizados e desorientados, pais e alunos da escola judaica Ozar Hatorah em Toulouse expressaram choque e fúria em relação ao ataque classificado pela comunidade judaica como um ato de "antissemitismo ignóbil".
"É abominável, atiraram contra garotos", afirmaram pais de alunos à porta da escola.
O atirador, que se deslocava de motorizada e com duas armas, matou um professor de religião de 30 anos, os filhos deste, de 3 e 6 anos, e uma outra criança de 10 anos.
O professor que foi morto, Jonathan Sandler, era um franco-israelita originário de Jerusalém, de onde tinha partido em setembro último para uma missão de dois anos para ensinar matérias judaicas em Toulouse, afirmou um próximo da vítima.
Este incidente foi o que maior número de mortos causou desde o atentado da rua Rosiers em Paris, cujo alvo era a comunidade judaica e do qual resultaram seis mortos e 22 feridos em 1982.
A França tem mais de 500 judeus, a maior comunidade da Europa ocidental.
As questões de antissemitismo ou a política israelita não têm estado presentes na campanha eleitoral, mas o debate sobre os estrangeiros e o lugar do islão em França foi lançado tanto pelo Presidente cessante como pela candidata da extrema-direita.
Hoje é oficializada a lista de candidatos às presidenciais, que devem ser dez.