A ronda negocial prevista para esta sexta-feira em Minsk, capital da Bielorrussia, entre separatistas pró-russos e o governo ucraniano, foi cancelada, alegadamente por falta de comparência dos representantes de Kiev.
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Denis Pushilin, um porta-voz dos rebeldes, disse aos jornalistas que o chefe da diplomacia bielorrusso, que iria ser o anfitrião das conversações de paz, tinha anunciado que os representantes de Kiev não compareceriam e que a ronda tinha sido cancelada.
"E nós deixamos hoje Minsk", acrescentou o enviado da autoproclamada República de Donetsk.
No entanto, um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Bielorrússia, Dmitry Mironchik, negou em declarações à agência France-Presse que tal anúncio tenha sido feito.
Por seu lado, o porta-voz da diplomacia ucraniana, Evguen Perebyïnis, declarou "não dispor de informações sobre o cancelamento das conversações".
E o embaixador russo na Ucrânia, Mikhaïl Zurabov, disse à agência russa Ria Novosti não ter "recebido qualquer informação sobre um encontro".
O ex-presidente ucraniano Leonid Kutchma, representante das autoridades ucranianas nas negociações, declarou, por sua vez, que se deslocará no sábado a Minsk.
Numa situação difícil no plano militar, o Presidente ucraniano, Peotr Poroshenko, tinha apelado na quinta-feira para negociações de paz "de emergência" em Minsk, e os enviados das repúblicas separatistas de Donetsk e de Lugansk chegaram hoje à capital bielorrussa.
No terreno, os combates prosseguem em toda a linha da frente, e os civis estão a pagar o preço mais alto, com 19 mortos em bombardeamentos em Donetsk, bastião dos separatistas pró-russos, e na região - um dos piores balanços diários desde o início do conflito, que fez em nove meses mais de 5.000 mortos.