A equipa responsável pela campanha eleitoral da candidata socialista à presidência do Brasil Marina Silva informou este sábado ter retirado do programa do governo, apresentado na sexta-feira, os parágrafos de apoio ao matrimónio homossexual.
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O programa de governo da candidata do Partido Socialista Brasileiro (PSB), apresentado numa ação em São Paulo, manifestava apoio ao "casamento civil igualitário" e à aprovação de leis que garantam este direito.
Numa nota divulgada pelos responsáveis da campanha pode ler-se que o texto "não retratava com fidelidade os resultados do processo de discussões sobre o tema na formulação do programa do governo".
No lugar dos parágrafos agora retirados, foi acrescentado um no qual se afirma "permanecer intocável o compromisso incondicional" de Marina Silva "na defesa dos direitos cívicos" dos homossexuais e "na promoção de ações que eduquem a população para a convivência respeitosa com as diferenças".
O Brasil não tem legislação sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo, mas, em meados do ano passado, uma decisão judicial autorizou a união civil.
Marina Silva, fervorosa crente da Igreja evangélica, que condena a homossexualidade, transformou-se na candidata dos socialistas às eleições de 05 de outubro, depois da morte do anterior candidato, Eduardo Campos, num acidente de aviação a 13 de agosto passado.
De acordo com várias sondagens, Marina Silva é a favorita para derrotar a atual presidente e candidata à reeleição, Dilma Rousseff, na segunda volta, a 26 de outubro.