A Amnistia Internacional exigiu na terça-feira que a ONU investigue a violação de uma menor e o assassínio "indiscriminado" de uma jovem e do seu pai alegadamente por capacetes azuis destacados na República Centro Africana.
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Os incidentes ocorreram a 2 e 3 de agosto quando membros ruandeses e camaroneses da Missão da ONU para a República Centro Africano (MINUSCA) desenvolveram uma operação no distrito de Bangui, maioritariamente muçulmano, informou a Amnistia Internacional (AI) em comunicado.
"As nossas provas sugerem que um capacete azul da ONU violou uma menor de 12 anos e que forças da ONU mataram indiscriminadamente dois civis", disse.
A organização sustenta a acusação no testemunho de 15 pessoas.
Durante a operação, morreu um capacete azul e outros nove ficaram feridos nos confrontos.
Um porta-voz da MINUSCA indicou à organização ativista que já abriu um inquérito para investigar e esclarecer o que aconteceu durante a operação.
A intervenção da ONU na República Centro Africana está a ser amplamente criticada devido a várias acusações de abusos sexuais de menores pela parte de capacetes azuis.
"As forças de paz da ONU em Bangui devem rever as suas normas para assegurar que estão a ser tomadas todas as precauções necessárias para evitar a perda de vidas civis", refere a AI.
Em junho, a ONU anunciou a criação de uma comissão independente para investigar denúncias de abusos sexuais na República Centro Africana cometidos alegadamente por soldados estrangeiros destacados no país no âmbito da missão das Nações Unidas.
As tropas internacionais chegaram ao país em 2013, após uma guerra civil que provocou milhares de mortos.
"Queremos realçar que nenhuma conduta deste tipo pode ser tolerada e que todas as acusações vão ser levadas a sério e investigadas meticulosamente", disse o porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric.