Dois cidadãos australianos foram raptados na sexta-feira, no Burkina Faso, pelo grupo ligado à al-Qaeda que reivindicou o ataque ao hotel em Ouagadougou que causou 27 mortos.
Corpo do artigo
Um responsável do grupo radical maliano Ansar Dine disse à agência France Presse que dois australianos raptados na sexta-feira, no Burkina Faso, estão com jiadistas do "Emirado do Saara", grupo ligado à al-Qaeda do Magrebe Islâmico (AQMI).
"Quatro combatentes do Emirado do Saara têm nas suas mãos dois australianos, uma mulher e um homem. Os dois cruzados estão vivos e em breve daremos pormenores", declarou o responsável do Ansar Dine, Hamadou Ag Khallini, num breve contacto telefónico com um jornalista da AFP em Bamako.
Segundo especialistas, o "Emirado do Saara" é o nome de um ramo da AQMI que opera no norte do Mali. A AQMI reivindicou o ataque ao hotel em Ouagadougou, iniciado na sexta-feira e que causou pelo menos 27 mortos.
Hamadou Ag Khallini disse que o sequestro e o atentado contra o hotel em Ouagadougou "é obra dos mesmos 'mujaihidine' [combatentes da jiad]". "A luta contra os cruzados vai continuar noutros países inimigos do Islão", adiantou.
Segundo uma fonte dos serviços secretos do Burkina Faso contactada pela AFP, os australianos raptados são octogenários e originários de Perth (sudoeste da Austrália), que vivem desde 1972 em Djibo, no norte do Burkina Faso, na região do Sahel.
Segundo as autoridades burquinenses, o casal foi raptado em Baraboulé, na mesma região, fronteiriça ao Níger e ao Mali.
O Ansar Dine é um dos grupos jiadistas que controlaram o norte do Mali desde finais de março de 2012 e até ao lançamento em janeiro de 2013 de uma intervenção militar internacional que continua.
Os jiadistas foram perseguidos e dispersos, mas vastas zonas continuam a escapar ao controlo das forças malianas e internacionais.