O governo regional da Catalunha assegurou, em Barcelona, que no domingo haverá mais de 2300 assembleias de voto para os catalães votarem no referendo, num claro desafio ao Estado espanhol, que ilegalizou a consulta.
Corpo do artigo
"Haverá 2315 assembleias de voto" para o referendo de autodeterminação em que 5,3 milhões de catalães são chamados a participar, disse o porta-voz da Generalitat (governo regional), Jordi Turull, em conferência de imprensa.
Segundo o executivo catalão, que convocou o referendo considerado ilegal pelo Estado espanhol, haverá um dispositivo de 7235 pessoas para assegurar a votação no domingo.
Na conferência de imprensa, vários membros da Generalitat asseguraram que "no domingo se irá votar" das 09 horas (08 horas em Portugal continental) até às 20 horas (19 horas em Portugal continental) apesar do "comportamento desproporcionado" do Governo de Mariano Rajoy para impedir a consulta, "atacando os direitos fundamentais".
Uma das organizações apartidárias pró-independência mais importantes da Catalunha já tinha dado instruções na quinta-feira aos seus membros para estarem nos colégios eleitorais cedo no domingo para assegurar a abertura das assembleias de voto.
Assembleia Nacional Catalã pede "resistência pacífica, zero violência e máxima audácia"
A Assembleia Nacional Catalã (ANC), uma organização da sociedade civil que, juntamente com a Ómnium Cultura, lidera o processo independentista quer os seus associados nos colégios eleitorais no domingo a partir das 07 horas (06 horas em Portugal continental) para distribuírem os boletins de voto e organizarem as pessoas que vão estar em "filas gigantes e ordenadas".
Numa circular interna citada esta sexta-feira por vários órgãos de comunicação social de Espanha, a ANC recomenda "resistência pacífica, zero violência e máxima audácia", pedindo ainda para "não se enfrentar os Mossos" d'Esquadra (polícia regional catalã) no caso de esta força policial atuar contra a consulta popular suspensa pelo Tribunal Constitucional espanhol.
A polícia apreendeu nos últimos dias milhões de boletins de voto e 45 mil convocações de membros das mesas eleitorais.
O Tribunal Constitucional espanhol suspendeu, como medida cautelar, todas as leis regionais aprovadas pelo parlamento e pelo governo da Catalunha que davam cobertura legal ao referendo de autodeterminação.