Milhares de pessoas, oito mil em Barcelona de acordo com a Guardia Civil, concentraram-se esta tarde nas praças das prefeituras catalãs para exigir a liberdade dos ex-ministros detidos na quinta-feira.
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Os manifestantes exigiam também a libertação do presidente da Assembleia Nacional Catalã (ANC), Jordi Sánchez, e do presidente do Òmnium Cultural, Jordi Cuixart.
Entre os locais preenchidos pelos protestos destacam-se a praça de Sant Jaume, em Barcelona, as portas do Conselho Municipal de Barcelona e ainda o Consistório, zonas onde os manifestantes ergueram cartazes com mensagens de protesto.
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Jordi Sánchez e Jordi Cuixart foram presos em 16 de outubro último depois de o Ministério Público os acusar de terem incitado manifestantes a atos violentos contra agentes do Estado.
A ANC e a Òmnium Cultural são acusadas de terem sido fundamentais na operacionalização do referendo, tanto na organização prévia como no próprio dia da votação.
O parlamento regional da Catalunha aprovou na passada sexta-feira a independência da região, numa votação sem a presença da oposição, que abandonou a assembleia regional e deixou bandeiras espanholas nos lugares que ocupava.
O executivo de Mariano Rajoy, do Partido Popular (direita), apoiado pelo maior partido da oposição, os socialistas do PSOE, anunciou no sábado a dissolução do parlamento regional, a realização de eleições em 21 de dezembro próximo e a destituição de todo o governo catalão.
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Na quinta-feira a Audiência Nacional decretou a prisão incondicional para oito ex-ministros regionais, que prestaram declarações nesse dia, entre eles o vice-presidente do Governo regional demitido, Oriol Junqueras.
O presidente do Governo regional destituído, Carles Puigdemont, está em Bruxelas desde segunda-feira com quatro membros do seu executivo exonerado e a justiça espanhola deverá ainda hoje emitir mandatos europeus de detenção para os obrigar a prestarem declarações na capital espanhola.
Também em Madrid na quinta-feira, o Supremo Tribunal espanhol decidiu colocar seis deputados regionais, entre eles a presidente do parlamento da Catalunha, Carme Forcadell, em vigilância policial até à próxima quinta-feira, quando voltarem a ser ouvidos pelo tribunal.