Catalunha: Ministra da Defesa compromete-se a "defender liberdade de todos os cidadãos"
A ministra da Defesa, María Dolores de Cospedal, expressou hoje o compromisso do seu ministério e dos exércitos em "defender a liberdade de todos os cidadãos", por constituir "a missão" que lhe compete desde a Constituição espanhola de 1978.
Corpo do artigo
Cospedal discursava na inauguração no Museu do Exército, junto ao Alcázar de Toledo, da exposição "Pinturas de batalhas", onde esteve acompanhada pelo chefe de estado-maior do exército, general Francisco Javier Varela Salas.
Cospedal defendeu ser o Estado "que possuiu e que tem de possuir o monopólio da força" e "tem a obrigação de utilizá-la, fundamentalmente, para defender a liberdade de todos os que pertencem ao Estado".
"Como país, para compreender a nossa história e respeitar a que temos construído, temos de respeitar a primeira das obrigações do Estado, que consiste em oferecer e defender a liberdade dos seus cidadãos", asseverou a governante que tem a tutela da Defesa, que não fez referência à crise na Catalunha.
"A segurança e a defesa são um serviço público essencial", assinalou ainda a ministra da Defesa, que também sublinhou a importância da "consciência de defesa" para que o cidadão sinta a segurança "como algo normal e vulgar".
O chefe do executivo catalão revelou na terça-feira à britânica BBC que iria declarar a independência daquela região "numa questão de dias", tendo calculado que "vai agir no final desta semana ou no início da próxima".
A coligação catalã 'Juntos pelo Sim', que sustenta a Generalitat (Governo regional), numa reunião da Mesa no parlamento da região, propôs para a próxima segunda-feira a realização de uma sessão plenária com um único assunto na ordem do dia: a presença de Puigdemont para fazer uma avaliação do referendo de domingo.
Mas a Candidatura de Unidade Popular (CUP), partido separatista de extrema-esquerda que dá apoio parlamentar ao executivo regional afirma que nesse dia será feita a declaração de independência, depois de serem apresentados oficialmente os resultados do referendo de autodeterminação de domingo passado.
Segundo os resultados provisórios, o "Sim" à independência ganhou com 90% dos votos da consulta que não teve observadores ou listas eleitorais reconhecidas por entidades independentes.
A consulta boicotada pelos anti-separatistas teve uma participação de 42% dos 5,3 milhões de eleitores, de acordo com os defensores da independência.
Entretanto, Madrid afirma estar a estudar todas as medidas possíveis para obrigar o executivo regional da Catalunha (Generalitat) a cumprir a lei e a Constituição espanholas.
Entre essas possíveis medidas estão a ativação do artigo 155 da Constituição (que permitiria obrigar a Generalitat a cumprir a lei), usar a lei de segurança nacional ou declarar o estado de emergência.