O Supremo Tribunal de Justiça vai ouvir na sexta-feira os ex-conselheiros do Governo catalão presos preventivamente em Madrid, que pediram a audiência na esperança de convencer o juiz a libertá-los com o pagamento de uma fiança.
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Os oito conselheiros (ministros regionais), entre os quais o vice-presidente, Oriol Junqueras, assim como dois líderes de associações cívicas separatistas, querem seguir os passos da presidente do parlamento catalão libertada em 10 de novembro último depois de ter pago uma fiança de 125 mil euros.
Para conseguir ficar à espera de julgamento em liberdade, Carme Forcadell assegurou ao tribunal que acatava o artigo 155.º da Constituição espanhola, que permitiu a intervenção do Governo central na Catalunha, e que renunciava à independência unilateral da região.
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Todos os separatistas detidos preventivamente por alegados delitos de rebelião, sedição e peculato pediram agora para comparecer perante o juiz para solicitar a saída da prisão, tendo nos depoimentos enviados enquadrado o seu projeto independentista como fazendo parte do "diálogo" sobre a Constituição.
No recurso contra a prisão preventiva, afirmam aceitar as consequências do artigo 155º. da Constituição e concordam que a declaração unilateral de independência aprovada em 27 de outubro último teve apenas um valor político.
A maior parte destes conselheiros e um dos ativistas das associações cívicas são candidatos às eleições regionais catalãs de 21 de dezembro nas listas do movimento "Juntos pela Catalunha" ou da Esquerda Republicana da Catalunha e, se saírem da prisão, poderão participar na campanha eleitoral que começa na próxima terça-feira, 5 de dezembro.
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A consulta popular foi convocada pelo chefe do Governo espanhol, Mariano Rajoy, em 27 de outubro passado, no mesmo dia em que decidiu dissolver o parlamento da Catalunha e destituir o executivo regional presidido por Carles Puigdemont.
Os partidos separatistas ganharam as últimas eleições regionais, em 2015, o que lhes permitiu formar um governo que organizou um referendo de autodeterminação em 01 de outubro último que foi considerado ilegal pelo Estado espanhol.
Os conselheiros foram presos preventivamente no final da primeira audiência no tribunal e depois de Carles Puigdemont e mais quatro membros do seu gabinete se terem refugiado na Bélgica, argumentando não confiar na democracia espanhola.