O Catar defendeu, esta terça-feira, que Israel já deveria ter cessado as operações militares na Faixa de Gaza, em conformidade com o plano do presidente norte-americano, Donald Trump.
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"Esperamos pelos resultados das negociações nos próximos dias relativamente ao cessar-fogo", declarou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Catar, Majed al-Ansari, citado pela agência de notícias France-Presse (AFP). "Esta questão deve, antes de mais, ser colocada a Israel. Deveria já ter posto termo às operações militares se as declarações do primeiro-ministro israelita sobre a adesão ao plano de Trump fossem verdadeiras", acrescentou.
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Representantes do grupo extremista palestiniano Hamas e de Israel iniciaram na segunda-feira negociações indiretas no Egito sobre o plano proposto por Trump.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, aceitou a proposta na semana passada, enquanto o Hamas concordou com algumas condições e disse querer negociar outras. O Catar é um dos países mediadores do conflito, juntamente com o Egito e os Estados Unidos.
O porta-voz da diplomacia do Catar afirmou que a série de negociações em curso "é um processo no qual todas as partes estão firmemente empenhadas para chegar a um acordo".
"Mas ainda há muitos detalhes a resolver", advertiu Majed al-Ansari. As cláusulas do plano "devem ter uma interpretação concreta no terreno, o que exige, naturalmente, uma comunicação contínua", afirmou.
Hamas terá aceitado entregar armas
O Hamas terá aceitado entregar armas a um comité egípcio-palestiniano, mas rejeitou a criação de um comité internacional de transição para governar Gaza, disse à agência Efe fonte próxima das negociações de paz com Israel.
A fonte palestiniana, que falou sob anonimato, afirmou que o movimento islamita concordou com a entrada na Faixa de Gaza de forças de segurança palestinianas treinadas no Egito e na Jordânia.
Segundo a mesma fonte, o grupo rejeitou a presença do ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair como "governador de Gaza", mas aceita que aquele desempenhe um papel de monitorização à distância.
O Hamas propôs que as negociações com Israel sejam conduzidas por uma delegação chefiada por Khalil al-Hayya, enquanto outra equipa discutirá com a Autoridade Palestiniana a transferência da administração de Gaza para um comité vinculado ao Governo palestiniano.
O movimento exigiu ainda um cessar-fogo total na Faixa de Gaza e no espaço aéreo israelita, como condição para libertar os reféns israelitas no prazo de uma semana.
O Hamas pediu também garantias dos Estados Unidos de que os seus líderes não seriam perseguidos se deixarem o enclave.
Fontes próximas das negociações disseram que as equipas israelita e palestiniana continuarão as conversações indiretas ao longo desta tarde, "num clima positivo", sobre a implementação do plano de paz proposto pelo presidente norte-americano, Donald Trump.