Um acordo de cessar-fogo vai entrar em vigor da Síria às 00.00 horas de sábado em Damasco, refere um comunicado comum entre os Estados Unidos e a Rússia.
Corpo do artigo
A cessação das hostilidades (às 02.00 horas de sábado em Portugal continental) não abrange no entanto o grupo jiadista Estado Islâmico (EI) e a Frente al-Nursa, o ramo da al-Qaeda na Síria.
"A cessação das hostilidades aplica-se às partes envolvidas no conflito sírio que indicaram que vão respeitar e aplicar os termos" do acordo, acrescenta o comunicado divulgado em Washington pelo Departamento de Estado.
As partes deverão indicar aos Estados Unidos ou à Rússia a sua adesão a este acordo até às 12.00 horas locais (14.00 horas em Portugal continental) de sexta-feira.
Moscovo e Washington copresidem ao Grupo internacional de apoio à Síria (ISSG), que inclui 17 países.
"Um sinal de esperança"
Em Riade, onde os principais grupos da oposição síria se reuniram de novo esta segunda-feira, um porta-voz do alto comité das negociações indicou à agência noticiosa France-Presse que "os rebeldes [estavam] em vias de estudar o acordo [de cessar-fogo]".
"Vamos discuti-lo com o enviado especial norte-americano para a Síria, Michael Ratney", afirmou o porta-voz, Riad Naasan Agha.
Numa primeira declaração, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon referiu-se a "um sinal de esperança há muito aguardado", e exortou todas as partes a respeitarem o acordo anunciado.
Ban Ki-moon sublinhou que os serviços do mediador da ONUJ, Staffan de Mistura, "estão prontos para aplicar o acordo, em simultâneo em Damasco e em Genebra".
O secretário de Estado norte-americano John Kerry, que durante o fim de semana conversou por diversas vezes com o seu homólogo russo Serguei Lavrov, também saudou o acordo alcançado. "Este é um momento de promessas, mas o cumprimento dessas promessas depende de ações", sublinhou em comunicado.
O acordo entre Washington e Moscovo surge ainda após as potências terem acordado em 11 de fevereiro um cessar-fogo que deveria ser aplicado no prazo de uma semana, mas que fracassou.
No domingo, uma vaga de atentados reivindicados pelo grupo EI em Homs (centro) contra os alauitas, e perto de Damas contra xiitas, duas comunidades que consideram "ímpias", provocou mais de 150 mortos.
Os últimos dados do Observatório sírio dos direitos humanos (OSDH) referem-se a mais de 250 mil mortos e quatro milhões de refugiados desde o início do conflito na Síria, em 2011.