O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, prometeu, este sábado, aos seus simpatizantes que dará "uma surra memorável" à oposição nas eleições presidenciais previstas para 7 de outubro.
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"A surra que nós lhes vamos dar no próximo 7 de outubro, será memorável (...) vai ficar registada na história das páginas políticas como um recorde nunca visto", disse.
Hugo Chávez falava para milhares de simpatizantes que se concentraram junto da "varanda do povo" no palácio presidencial de Miraflores.
Explicou que a Direita venezuelana está a atacar o seu Governo, sublinhando que "é bom que ataque".
"Estaria preocupado se a direita elogiasse os meus ministros. Se os cães ladram é porque vamos cavalgando, sigamos cavalgando", frisou.
Sublinhou ainda que as próximas eleições presidenciais não são uma batalha qualquer, "estamos a jogar a vida da pátria, o futuro", ao mesmo tempo que instou os seus simpatizantes a manter-se em campanha, "de casa em casa e de rua em rua".
Com relação à concentração destacou que é uma amostra de solidariedade pela recuperação da sua saúde.
"Quero agradecer à juventude bolivariana, aos trabalhadores, mulheres e homens revolucionários, por ter vindo a este encontro no palácio do povo para este primeiro contacto depois da chegada a terras venezuelanas", frisou.
Hugo Chávez chegou a Caracas pelas 20.15 horas locais de sexta-feira (00.45 deste sábado em Portugal continental), acompanhado pela mãe e uma das suas filhas, tendo sido recebido pelo vice-presidente da Venezuela, Elías Jaua, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Nicolás Maduro e pelo presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello.
"Aqui me têm com uma nova oração, com Cristo, com Ele e nele, viveremos e venceremos", disse Hugo Chávez sublinhando que neste novo regresso vem "convertido numa oração a Deus, a Jesus, meu comandante, com amor e esperança nesta batalha que leva ao caminho do desenvolvimento integral e à construção da pátria socialista e democrática".
"Esta nova batalha contra a adversidade tem sido com um grande dínamo, de cada dia mais sentimento, de amor (...). Longo e duro é o caminho, mas este caminho, é o caminho da redenção, da pátria, do crescimento, da construção do socialismo", disse.
Hugo Chávez frisou ainda que durante o tratamento, em Cuba, esteve sempre pendente do que acontecia na Venezuela, uma pátria que "cresce em todos os sentidos".
Sobre a sua saúde precisou que tem "seguido um processo de franca recuperação" e se "sente bastante recuperado em todas as funções biológicas do corpo".
Hugo Chávez regressou sexta-feira a Caracas, depois de a 24 de fevereiro último ter viajado para a capital cubana para ser operado a uma nova "lesão" de dois centímetros que, segundo o próprio, foi detetada no mesmo sítio onde em junho de 2011 lhe foi extraído um tumor com células cancerígenas.
A operação teve lugar a 26 de fevereiro e segundo o próprio Chávez era um novo tumor, uma "recorrência" do cancro que lhe tinha sido diagnosticado na zona pélvica, iniciando uma recuperação física "progressiva, sustentada e rápida".
A recorrência do cancro surge depois de Chávez ter reiterado, no final de 2011, que se tinha curado da doença, insistindo que recandidatar-se-á de novo à presidência da República nas eleições presidenciais previstas para 7 de outubro.
Hugo Chávez, 57 anos, foi operado de urgência em Cuba a 10 de junho de 2011, a um "abcesso pélvico". A 01 de julho, enviou uma mensagem ao país a revelar que também tinha sido submetido a uma segunda operação, durante a qual lhe foi extraído um tumor com células cancerígenas.