A China considera difícil manter "relações amigáveis" com a Noruega depois de o Comité Nobel, sediado em Oslo, ter atribuido o Prémio da Paz ao dissidente chinês preso Liu Xiaobo.
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"O governo noruguês apoiou (a atribuição do prémio). É difícil manter as amigáveis relações com a Noruega que tínhamos antes", disse a porta-voz-do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Jiang Yu.
A porta-voz afirmou que Liu Xiaobo é "um criminoso condenado por ter violado a lei chinesa" e a decisão do Comité Nobel constitui "uma grosseira ingerência na soberania dos órgãos judiciais da China".
Liu Xiaobo, preso em Dezembro de 2008 depois de ter promovido um manifesto que apelava à "democratização da China" e ao "fim do regime de partido único", cumpre uma pena de 11 anos de prisão por "actividades subversivas".
Segundo o governo norueguês, a China adiou indefinidamente as negociações com a Noruega para concluir um acordo bilateral de comércio livre, numa aparente retaliação pelo apoio de Oslo à decisão do Comité Nobel.
"Se as autoridades da China têm preocupações e reservas quanto à promoção de relações de cooperação com a Noruega, isso é compreensível", disse a porta-voz do MNE chinês.
A atribuição do Nobel da Paz 2010 a Liu Xiaobo é "um aberto apoio a actividades criminosas na China e uma provocação evidente", acrescentou Jiang Yu.
A cerimónia de entrega do prémio está marcada para 10 de Dezembro.
Antigo professor universitário e crítico literário, nascido em 1954, Liu Xiaobo foi distinguido pelo Comité Nobel Norueguês "pela sua longa e não violenta luta pelos direitos fundamentais na China".