Uma coligação da oposição no Quirguistão anunciou hoje, quinta-feira, a constituição de um Governo provisório que tomará interinamente as rédeas do país durante seis meses.
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A dirigente da oposição e antiga ministra dos Negócios Estrangeiros Roza Otunbayeva afirmou que vai liderar o Governo provisório, que dissolveu o Parlamento, e assumir as funções legislativas.
Em conferência de imprensa, Otunbayeva frisou que o novo Governo irá iniciar negociações com o Presidente Kurmanbek Bakiyev, que abandonou a capital e está, presumivelmente, refugiado na região central de Jalal-Abad.
Na quarta feira, os dirigentes da oposição anunciaram a queda do Governo na sequência de violentos confrontos entre a polícia e manifestantes, que provocaram pelo menos 68 mortos e motivaram a fuga de Kurmanbek Bakiev.
"Nós entrámos no edifício do Governo para conversações e o primeiro ministro Ussenov escreveu o pedido de demissão do executivo", declarou Temir Sariev, um dos líderes da oposição, aos jornalistas russos que se encontravam em Bichkek.
"Bakiev deixou a Casa Branca (edifício da Presidência) com destino desconhecido", acrescentou.
Otunbayeva afirmou que o seu Governo vai corrigir a legislação para eleições e partidos políticos que Bakiyev alterou de forma a garantir apoio no Parlamento.
Em Moscovo, o presidente russo, Dmitri Medvedev, considerou que a revolta que derrubou o Governo em Bichkek é um "assunto interno", mas que demonstra a "indignação" de uma "população escandalizada" com as decisões do regime.
De acordo com Natalya Timakova, porta-voz do presidente russo, "o Quirguistão permanece um parceiro estratégico da Rússia", que observa a situação naquela ex-república soviética "com particular atenção".