O Governo trabalhista britânico anunciou hoje a libertação antecipada de milhares de detidos para atenuar a pressão nas prisões "à beira do colapso", numa das suas primeiras importantes medidas cerca de uma semana após a chegada ao poder.
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O Governo tinha-se referido ao risco de não existirem lugares disponíveis nas prisões britânicas "dentro de algumas semanas".
Cerca de 84 mil homens estão atualmente detidos no Reino Unido, onde as prisões estão geralmente ocupadas em 99% da sua capacidade desde 2023, segundo o Ministério da Justiça. Em 08 de julho, apenas existiam 700 lugares disponíveis.
"As nossas prisões estão à beira do colapso", declarou a nova ministra da Justiça, Shabana Mahmood, ao anunciar um plano de emergência a partir do estabelecimento prisional HMP Five Wells, no centro de Inglaterra.
Os detidos abrangidos por uma libertação antecipada sob controlo judicial, poderão beneficiar antecipadamente da medida ao concretizarem 40% da pena, e a partir de setembro. "Se não agirmos agora, arriscamos o colapso do sistema de justiça criminal e distúrbios de ordem pública", acrescentou Mahmood.
Caso permanecesse a atual situação, os tribunais seriam forçados a adiar o envio para a prisão de delinquentes, o que "colocaria a população em risco face a uma criminalidade descontrolada", acrescentou a ministra.
Esta abordagem foi partilhada pelo inspetor-chefe das prisões, Charlie Taylor, ao referir que a situação se encontra "num ponto absoluto de rutura". "Deixe-me ser clara: trata-se de uma medida de urgência. Não constitui uma alteração permanente. Estou convencida que os criminosos devem ser punidos", disse ainda a ministra.
As pessoas condenadas a penas de quatro anos ou mais, ou por infrações sexuais, são excluídas do novo dispositivo de libertação antecipada.
As medidas hoje anunciadas entram em vigor em setembro, para fornecer tempo aos serviços prisionais de organizar estas libertações.