As audiências preliminares dos seis acusados no caso do naufrágio do navio de cruzeiro Costa Concórdia começaram, esta segunda-feira, na Itália, com as autoridades locais a pedirem mais de 80 milhões de euros de indemnização.
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O navio Costa Concórdia naufragou na costa italiana a 13 de janeiro de 2012, durante um cruzeiro pelo Mediterrâneo, provocando a morte de 32 passageiros.
O Costa Concórdia sofreu o acidente quando, a alta velocidade, embateu contra um grupo de rochas em Giglio, estando 4.229 pessoas de 70 países a bordo do navio.
O principal suspeito do processo é o capitão do navio, Francesco Schettino, que alegadamente causou o naufrágio, não informou devidamente a guarda costeira e abandonou o cruzeiro durante o resgate dos passageiros.
O capitão Schettino teria arriscado uma manobra de "saudação" para a ilha e, após o impacto, o navio gigante virou bruscamente e tombou em águas rasas perto da costa.
Schettino vive atualmente em liberdade condicional, na cidade de Meta, na Costa Amafiltana, no sul da Itália, estando presente hoje na audiência com a permissão do juiz.
Os advogados da ilha de Giglio, onde o navio ainda permanece naufragado, disseram que a autarquia local pede uma indemnização de mais de 80 milhões de euros, sobretudo por danos ambientais.
Um grupo de passageiros, chamado de "Justiça para o Concórdia", está a pedir uma indemnização de 500 mil euros para cada sobrevivente.
Quatro tripulantes de Schettino também são acusados pelo Ministério Público, entre os quais o timoneiro indonésio Jacob Rusli Bin, que continua foragido da justiça e será julgado à revelia.
O outro acusado é Roberto Ferrarini, chefe da unidade de crise da Costa Cruzeiros (Costa Crociere, empresa proprietária do navio), que foi denunciado por não manter a guarda costeira adequadamente informada do desastre, retardando o resgate.
Todos os seis são acusados de homicídio.
Muitos sobreviventes processaram a empresa, mas a maior parte, que não se feriu ou não perdeu amigos ou parentes no acidente, aceitou a indemnização de 11 mil euros proposta pela empresa proprietária do navio.
O tribunal já agendou 40 audiências preliminares, que deverão ocorrer até julho, pelo que o processo só seguirá em frente depois de terminada esta etapa, que está a ocorrer em Grosseto, próximo da ilha de Giglio.
A empresa Costa Cruzeiro já pagou uma multa de um milhão de euros e aceitou, em tribunal, uma culpa de responsabilidade limitada como empregadora dos suspeitos.
Alguns advogados alegam que a empresa tinha os funcionários mal treinados e equipamentos a bordo do navio avariados, atrasando o resgate, sendo estas acusações negadas pela Costa Cruzeiros.