Conflito Israel-Hamas: "Não é sobre política nem guerra, é sobre seres humanos"
Famílias dos reféns israelitas com ligação a Portugal estiveram no Porto a pedir auxílio na libertação dos parentes. Michael, Dalit e Amit são os rostos do desespero e da incerteza.
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Massacrados pela incerteza de quem, há quatro meses, não sabe se os parentes estão vivos ou mortos, familiares diretos de sete reféns israelitas estiveram no Porto para implorar ajuda na sua libertação. Em comum, estes prisioneiros têm o facto de possuírem nacionalidade portuguesa ou de estarem em processo de naturalização. Mais de 120 dias após o ataque do movimento palestiniano, ecoa um grito de socorro já quase sem fôlego, mas a esperança de voltar a abraçar os entes queridos mantém-se firme. “Não é sobre política nem guerra, é sobre seres humanos”, reiterou Michael, irmão de um dos sequestrados, no dia em que o Hamas apresentou uma proposta de cessar-fogo.
A 6 de outubro, Or Levy, de 33 anos, saiu de casa para “um programa a dois” com a mulher. O plano, recordou Michael, era ter um “dia divertido” no festival de música Supernova, mas a “escapadinha” do casal acabou por se transformar num pesadelo. Quando o Hamas invadiu o território israelita, Or e a mulher, Einav, ainda conseguiram correr para um abrigo, mas “os monstros encontraram-nos” e acabaram por assassinar “a sua esposa diante dos seus olhos”, contou o irmão, enquanto mostrava fotografias dos dias felizes da família.