Um dia após o início da ponte aérea de ajuda das Nações Unidas, combates intensos tomaram as ruas da capital da Somália, Mogadíscio. Os confrontos terão começado na sequência de um ataque das forças governamentais apoiadas pelas tropas da União Africana contra islamitas Al Shabab armados.
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Os combates foram uma constante durante todo o dia desta quinta-feira. Na parte noroeste de Mogadíscio, registaram-se violentos confrontos que vitimaram, pelo menos quatro pessoas das forças governamentais, apoiadas pelas tropas da União Africana, e que foram mortas em confrontos com as milícias de Al Shabab, grupo com ligações à al Qaeda, segundo a CIA.
Segundo o responsável pelo serviço de ambulâncias da capital somali, Ali Muse, foram registados "combates intensos em vários locais de Mogadíscio", que deixaram alguns civis feridos, não havendo ainda indicação do número exacto de vítimas.
A violência eclodiu depois dos soldados do Governo e da União Africana, que têm mais de nove mil efectivos envolvidos na transição do novo Executivo, terem lançado uma ofensiva numa área controlada pela milícia islamita do Norte da cidade, a sete quilómetros do aeroporto.
Os combates dificultaram a chegada da ajuda disponibilizada pela organização das Nações unidas (ONU). O Programa Mundial de Alimentos, que conta com um hangar no aeroporto de Mogadíscio, fez, quarta-feira, aterrar o primeiro avião da operação humanitária, com 10 toneladas de ajuda para crianças.
A ONU pode apenas atenuar o sofrimento de cerca de 372 mil refugiados, acantonados pela guerra civil nos campos de acolhimento da capital somali. A fome atinge no país 3,7 milhões de pessoas.
As milícias de Al Shabab mantêm a oposição à ajuda humanitária, disponibilizada pelas Nações Unidas. E foi no âmbito dessa recusa ao apoio externo, que durante esta quinta-feira, queimaram alimentos e medicamentos e mataram voluntários.
Segundo as Nações Unidas, a Somália e a Eritreia evidenciam movimentos de intimidação face aos grupos humanitários, há pelo menos três anos.
Tanto a ONU como os EUA responsabilizam a al Qaeda, que dizem ter ligações à milícia al Shabaab, pela crise alimentar que os dois países do Corno de África atravessam, e nos quais a situação de fome foi declarada nas duas regiões controladas pela milícia.