<p>As forças armadas norte-coreanas, responsabilizadas pelo ataque de artilharia de terça-feira contra uma ilha sul-coreana, que causou quatro mortos, dispõem quase do dobro dos efectivos do Sul, apesar do país ter cerca de metade da população.</p>
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Numa rara descrição do poder militar na tensa e dividida península coreana, um jornal chinês indicou que a Coreia do Norte dispõe de um exército com 1,19 milhões de efectivos e a Coreia do Sul apenas 655 mil.
No número de reservistas, a desproporção é ainda maior: 7,7 milhões no Norte e 3 milhões no Sul, disse o China Daily.
Segundo o mesmo jornal, na Coreia do Norte há 52 soldados por mil habitantes, enquanto que no Sul a relação é de 13 por mil.
Relativamente a tanques, navios de guerra e submarinos, a correlação de forças também é largamente favorável à Coreia do Norte.
Quanto à força aérea, o China Daily indica que a Coreia do Sul dispõe de 490 aviões de combate, mas desconhece o arsenal norte-coreano, que possuirá sobretudo os antigos Mig de fabrico soviético.
A outra grande incógnita norte-coreana diz respeito ao seu polémico programa nuclear.
De acordo com o China Daily, a Coreia Norte já terá conseguido produzir cerca de 50 quilogramas de plutónio, quantidade considerada suficiente para fabricar seis a oito armas nucleares.
A Coreia do Sul conta, por outro lado, com o permanente apoio dos Estados Unidos, que há mais de meio século tem cerca de 30.000 soldados estacionados no país.
Ocupada pelo Japão em 1910 e dividida no final da segunda guerra mundial entre os Estados Unidos e a então União Soviética, a península coreana, no nordeste da Ásia, tem cerca de 220 500 quilómetros quadrados e quase 75 milhões de habitantes.
Cerca de 50 milhões vivem na Coreia do Sul, que é hoje uma das vinte maiores economias do mundo, com um PIB per capita de 17 mil dólares - nove vezes mais que a Coreia do Norte.
No início da década de 1950, a península foi palco de um dos mais violentos conflitos armados dos últimos 60 anos, que envolveu directamente tropas dos Estados Unidos e da China.
A guerra da Coreia, como ficou conhecida, começou a 25 de Junho de 1950, com um ataque norte-coreano para "libertar os compatriotas do Sul da opressão colonial-fascista dos Estados Unidos".
Três anos e quatro milhões de mortos mais tarde, os beligerantes assinaram um armistício, mas não um tratado de paz: tecnicamente, as duas Coreias continuam em estado de guerra.