As compras de armas no estado norte-americano do Colorado registaram um significativo aumento na sequência dos disparos que provocaram 12 mortos e 58 feridos num cinema em Aurora.
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Um inquérito junto dos clientes após o massacre de sexta-feira num cinema desta cidade do Colorado revela um aumento de 41 por cento na compra de armas, refere o "Denver Post".
Registou-se ainda um aumento do número de pessoas que estão a procurar treino após a obtenção da licença para porte de arma. Transportar uma arma em público, mas de forma discreta, é uma prática permitida em 49 dos 50 estados norte-americanos, sendo Illinois a única exceção.
"Tem sido uma loucura", disse em declarações ao jornal Jake Meyers, um empregado no Rocky Mountain Guns and Ammo, antes de precisar que quando se dirigiu para o trabalho, entre 15 a 20 pessoas aguardavam no exterior do estabelecimento. Isto aconteceu apenas algumas horas após o tiroteio.
Muitas pessoas dizem agora, "nunca pensei que precisaria de uma arma, mas agora preciso", afirmou ainda Meyers.
O Estado do Colorado já aprovou 2.887 registos de cadastros entre sexta-feira e domingo, um aumento de 43% em relação à semana anterior e um aumento de 39 por cento face ao mesmo período de 2011, de acordo com o estudo.
Os apelos para um reexame das leis sobre a posse de armas nos Estados Unidos têm aumentado após a tragédia de sexta-feira, e quando se comprovou que James Holmes, o suspeito do tiroteio em Aurora, adquiriu legalmente as suas quatro armas.
Nas últimas oito semanas, e através da Internet, Holmes armazenou 6.300 munições para a sua espingarda semiautomática AR-15, mais 3.000 munições para duas pistolas Glock e 300 cartuchos para a espingarda automática que utilizou no cinema.
Holmes, um estudante universitário de 24 anos, também adquiriu numa loja a sua arma de assalto de estilo militar, que permite disparar entre 50 a 60 munições por minuto.
Apesar do profundo impacto sobre o trágico desfecho do tiroteio no Colorado, parece não existir vontade política em terminar com o prolongado debate sobre a lei do armamento nos Estados Unidos, em particular num ano de eleições presidenciais.
Em diversos estados decisivos para o desfecho das eleições de novembro -- Ohio, Pensilvânia ou Virgínia -- a maioria das populações defende o direito à posse e uso de armas, um preceito que também figura na Constituição norte-americana.