A Aliança Regional Contra o Tráfico de Mulheres e Crianças da América Latina e Caraíbas advertiu o México, esta terça-feira, que o crime organizado recruta raparigas, entre os 12 e 16 anos, para as usar em actividades ilícitas ou como escravas sexuais, matando-as depois.
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A directora regional daquela organização civil, Teresa Ulloa, alertou numa conferência de imprensa que o fenómeno tem vindo a crescer nos últimos dois anos, estimando em, pelo menos, 800 o número de casos registados durante esse período.
De acordo com a activista, os delinquentes escolhem as jovens e de acordo com as suas aptidões dividem-nas em 'falcões' (informantes), assassinas ou em escravas sexuais dos seus próprios "patrões".
As que entram nos primeiros dois grupos recebem uma formação e algumas um salário semanal de cerca de 85 dólares (64 euros), ao passo que as terceiras simplesmente são exploradas sexualmente.
"Assim que o grupo se cansa delas assassinam-nas", no entanto, as autoridades recusam-se a incluir este tema "como parte do crime organizado", sublinhou.
Segundo a activista, este fenómeno ocorre nos estados de Coahuila, Nuevo León, Tamaulipas, Durango, Zacatecas - no norte do México -, mas também nos centrais como San Luis Potosí, Hidalgo ou Cidade do México.
Teresa Ulloa acrescentou que, nos últimos dois anos, só no município de Caborca (Sonora, no norte do México) foram encontrados 400 cadáveres de jovens sem que as autoridades tenham investigado ou alertado para a situação.