<p>A Amnistia Internacional (AI) apelou hoje, quarta-feira, ao presidente cubano, Raúl Castro, para que liberte "imediata e incondicionalmente" todos os prisioneiros de consciência, um dia depois da morte de Orlando Zapata Tamayo após 85 dias em greve de fome.</p>
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O apelo é feito num comunicado disponível no portal da AI Portugal.
Orlando Zapata Tamayo, um dos 75 dissidentes detidos em 2003 e um dos 55 prisioneiros de consciência da lista da AI, morreu na terça feira na capital cubana, Havana, ao fim de 85 dias em greve de fome contra as más condições prisionais.
"A morte trágica de Orlando Zapata Tamayo é a ilustração dramática do desespero em que se encontram os prisioneiros de consciência, que não vêem esperança de poderem ser libertados da sua prisão injusta e prolongada", afirmou Gerardo Ducos, investigador da Amnistia Internacional para a região das Caraíbas.
A AI defende "uma investigação exaustiva" à morte de Orlando Zapata para se apurar se resultou de maus tratos.
A organização considera ainda que o falecimento do dissidente político revela "a necessidade urgente de Cuba autorizar peritos internacionais de direitos humanos a visitarem o país para verificar o respeito em particular das obrigações no âmbito da Convenção Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos".
Orlando Zapata Tamayo, de 42 anos, foi detido em março de 2003, tendo em maio de 2004 sido condenado a três anos de prisão por "desrespeito, desordem pública e resistência", segundo a mesma nota da Amnistia Internacional.
Posteriormente, Zapata foi condenado por acusações de "desobediência" e "desordem num estabelecimento prisional", a última das quais em maio do ano passado. No total, as condenações somavam 36 anos de cadeia.
A morte do dissidente já foi condenada pela oposição cubana e comunidade internacional, incluindo União Europeia e Estados Unidos.
O presidente de Cuba, Raúl Castro, lamentou o falecimento do prisioneiro político, considerando-o resultado da influência política dos Estados Unidos.