Ao 49.º dia de conflito, o Kremlin negou trocar o aliado de Putin, capturado na Ucrânia na terça-feira, por reféns ucranianos. Volodymyr Zelensky reforçou o pedido de armamento, garantindo que, sem a ajuda do Ocidente, a guerra será "um banho de sangue até ao fim". Durante uma visita à cidade de Bucha, Karim Khan, procurador do Tribunal Penal Internacional foi perentório, referindo-se à Ucrânia como "um cenário de crime".
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- O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, propôs a Moscovo a troca do deputado e empresário ucraniano Viktor Medvedchuk, aliado de Vladimir Putin detido na terça-feira, por ucranianos capturados pela Rússia. "Ofereço à Federação Russa a troca deste homem pelos nossos meninos e meninas que estão atualmente em cativeiro na Rússia", frisou o chefe de Estado ucraniano. Mas o Kremlin recusou, distanciando-se de Medvedchuk.
- Esta quarta-feira, a Ucrânia não abriu corredores humanitários para a retirada de civis e fornecimento de produtos básicos devido aos bloqueios e bombardeamentos das forças russas. Na região de Zaporíjia, "os ocupantes (russos) bloquearam os autocarros de evacuação e na região de Lugansk estão a violar o cessar-fogo", disse a vice-primeira-ministra ucraniana, Iryna Vereshchuk.
- Desde o início da invasão russa, a 24 de fevereiro, morreram 191 crianças, revelou a Procuradoria-Geral da Ucrânia. A maioria das mortes ocorreu na região de Donetsk, no leste do país, parcialmente ocupada pelo exército de Putin.
- As autoridades ucranianas já conseguiram identificar, só na região de Kiev, mais de 720 mortos na sequência dos ataques russos.
- O Governo russo afirmou esta quarta-feira que 1026 militares ucranianos se renderam na cidade de Mariupol, cercada há semanas. Informação que o ministro da Defesa ucraniano diz desconhecer.
- Pelo menos sete pessoas morreram e 22 ficaram feridas num bombardeamento na região de Kharkiv, afirmou o governador Oleh Synegubov.
- Pelo menos 1892 civis morreram e 2558 ficaram feridos desde que a guerra na Ucrânia começou, segundo dados da ONU.
- Volodymyr Zelensky vai participar por videoconferência numa sessão na Assembleia da República portuguesa no dia 21 de abril.
- O procurador do Tribunal Penal Internacional (TPI), o britânico Karim Khan, descreveu a Ucrânia como um "cenário de crime", durante uma visita à cidade de Bucha, perto de Kiev." A Ucrânia é um cenário de crime. Estamos aqui porque temos boas razões para acreditar que crimes cujo julgamento é da competência do Tribunal [Penal Internacional] estão a ser cometidos", afirmou.
- Depois de, na terça-feira à noite, o presidente dos EUA, Joe Biden, ter acusado a Rússia de "genocídio" na Ucrânia, o chefe de Estado francês, Emmanuel Macron, recusou repetir a acusação, defendendo que é preciso ter cuidado com a linguagem utilizada. Em declarações à televisão francesa, o responsável afirmou não querer envolver-se numa "escalada de palavras".
- O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, já reagiu às declarações de Joe Biden, considerando-as "inaceitáveis".
- O chefe de Estado ucraniano, Volodymyr Zelensky, garantiu que, sem armamento adicional, a guerra vai tornar-se um "banho de sangue sem fim, espalhando miséria, sofrimento e destruição".