As Damas de Branco denunciaram que dezenas de mulheres do grupo dissidente cubano foram alvo de detenções temporárias em todo o país, na véspera do Dia Internacional dos Direitos Humanos.
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Em declarações à agência noticiosa espanhola Efe, a porta-voz do grupo, Berta Soler, disse que em Havana foram detidas mais de 40 mulheres, quando estas se preparavam para regressar a casa, depois de terem assistido a uma missa e concluído a sua habitual marcha dominical, desta feita, dedicada ao Dia Internacional dos Direitos Humanos.
"Oferecemos resistência, sentámo-nos no chão e levaram-nos à força para uma esquadra policial situada na praia de Tarará (leste de Havana) e a partir das 16.30 locais (21.00 horas de domingo em Portugal continental) começaram a libertar-nos", referiu a porta-voz do grupo composto por familiares de presos políticos.
A mesma responsável indicou ainda ter recebido informações de que houve pelo menos 91 detenções de Damas de Branco em todo o país.
Segundo a ativista, foram detidos temporariamente cerca de dez membros da oposição, incluindo o seu marido, do "Grupo dos 75" dissidentes condenados em 2003, Ángel Moya, libertado horas depois.
Havana considera os dissidentes "contrarrevolucionários" e "mercenários" pagos por Washington.
As Damas de Branco, que se manifestam vestidas de branco, foram criadas em 2003 depois da detenção e condenação de 75 opositores ao regime cubano.
Em 2005, foram distinguidas com o Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento do Parlamento Europeu.