O delegado distrital da Renamo em Nhamatanda, Sofala, centro de Moçambique, está dado como desaparecido, suspeitando a família que tenha sido vítima de um "sequestro aliado à tensão político-militar" na região.
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Albano Chimue, pai de um deputado da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), na Assembleia da Republica, foi visto pela última vez a 7 de janeiro, "levado" por dois conhecidos, que o conduziram a uma viatura onde era esperado por outros oito homens.
"Foi quase um sequestro, porque o tiraram de casa. É complexo interpretar o sequestro, mas pode estar aliado à situação politica", disse à Lusa, por telefone, Isac Chimue, irmão da vítima.
Na semana passada, guerrilheiros da Renamo terão atacado e assaltado um posto de saúde no distrito de Nhamatanda, na mesma região onde, em dezembro, foi assaltado o posto policial e de saúde, de onde foram retirados vários medicamentos.
Depois de Gorongosa e Muxúnguè (Chibabava), norte e sul de Sofala, Nhamatanda é a região mais afetada pela atual tensão político-militar na zona, onde já foram vistos por várias vezes homens armados, causando fugas de populares.
Isac Chimue admitiu que, nos primeiros dois dias, o "sumiço do delegado" não chamou a atenção por este ser polígamo e estar casado com três mulheres.
Um falso alarme, disse, terá chegado à família no último domingo com informações da vítima ter sido assassinada e sepultada no cemitério de Metuchira, a 15 quilómetros da vila de Nhamatanda, mas "buscas da Polícia e saúde não resultaram".
A Lusa tentou em vão contactar a Polícia local, que interrompeu as buscas à espera de pistas para a localização do desaparecido, o que para a família da vítima "demonstra falta de interesse das autoridades".